segunda-feira, junho 22

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Sou um milionário adiado. E não falo do Euromilhões. Sobejam-me potencialidades atléticas, mas a minha mecânica sofreu golpadas irreversíveis. Sou como um computador com o último grito de software, embora sustentado por um hardware preso por arames. Seria um futebolista de topo, não fossem as tendinites nos joelhos, agravadas pela brutalidade do step no ginásio do Atlético, supervisionado por um miudo que se conduzia de Lancia em tablier aveludado. Na prática do futebol, sofri também uma fissura no rádio direito, na sequência de uma maldosa sarrafada da ex-mulher do refugiado belga. O ténis também proporciona bons rendimentos. Sem exacerbada modéstia, tinha jeitinho. Mas o potencial promissor foi castrado por um smash mal medido, que me descolou o úmero da clavícula. Uma luxação crónica, que ainda hoje dá sinais em movimentos mais bruscos, impede-me de medir forças com Rafael Nadal ou acabar com as peneiras do chorão Roger Federer. Felizmente, mantenho polegares e indicadores de perfeita saúde, o que chega perfeitamente para sublimar na playstation

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