sexta-feira, outubro 10

A tradução ainda é o que era

“O dia mais aterrador da vida é o do nascimento do primeiro filho. A vida, tal como foi até ali, desaparece, para nunca mais voltar. Eles aprendem a andar e depois a falar. Só queremos estar com eles. Tornam-se nos seres mais adoráveis que algum dia conhecemos”. Um somatório de lugares comuns que se multiplicam de sentido no contraste com uma Tóquio estéril e despersonalizada. Dois perdedores (e perdidos) entrincheirados na capital japonesa com muito pouco que fazer. A Scarlett ainda estrabucha, mas o Bill dá-lhe a estocada final nos apetites quando exorta os valores da família. Mesmo assim, massaja-lhe o pé ferido. A Scarlett quer ir a jogo, mas não tem trunfos. O Bill entrega o naipe e deixa-se de truques. A Scarlett não sabe o que quer. O Bill até sabe que a mulher queria que ele não quisesse voltar. Aconselho particularmente o trágico final do filme. O Bill deixa a Scarlett e retoma a viagem no táxi de estofos forrados a bordado de Arraiolos. Foram dois dias a consumir o cinematógrafo lá de casa. Até deu para aviar as três Vixens do Russ Meyer (até a barraca abana, literalmente)

1 comentário:

Anónimo disse...

Não sei se te perdoo essa de misturar a Sofia com Russ num mesmo post!

P.S.: comentário escrito durante a fase de testes dum certo computador