quinta-feira, dezembro 4

Pêlo de lê-lo

Manuel Arouca foi, para mim, um género de Alice Vieira em versão de recém-maduros. Antes de enriquecer como argumentista de novelas da vida, o Manuel Arouca escrevia livros, um mérito dele de usufruto meu. Pertence-lhe a primeira obra que li sem batota. Alexandre Herculano, Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco e outros camaradas romancistas da mesma igualha literária foram corridos na diagonal naquelas sintéticas edições da Europa-América de capa amarela. Maçavam-me os os detalhes descritivos, os preciosismos enfadonhos, os lutos da tuberculose, os incestos e as maratonas das carruagens Lisboa-Sintra. Com o Manuel Arouca era tudo mais cru e mundano. Com ele, deixei-me de expectativas idílias e fantasias pueris. Foi com o Gente Marcada que constatei, em meados de 80, que as mulheres tinham pêlos nas pernas

1 comentário:

trincadeira disse...

Tem graça, foi por essa altura que eu descobri os horrores da cera quente (que não tem graça nenhuma)