quinta-feira, outubro 18
Linguas
Temos má lingua e a boa lingua. A minha mãe fazia boa lingua, estufada e com puré de batata. Quase desfalecia de ansiedades sempre que sabia que o prato lá de casa servia a gulodice. Infelizmente, não consumimos apenas boa lingua. Proliferam em todos os quadrantes as más linguas. As que desdenham do próximo, do superior hierárquico ou da senhora balconista dos serviços municipais. Temos ganas de falar mal. Preferimos passar fome, e saltar o estufado, a passar um dia inteiro a calar alívios de escárnio. A tertulia que, anos atrás, incendiava os lares com inflamada zombaria, juntou-se há dias para afagar a nostalgia. MEC-pança-de-whisky, Serrão-barriga-de-francesinha, Rita Marciana Bipolar e Rui Tarantino Zink debitaram engraçadices ao som estridente da risota de Julia Eucalípto. Que saudades da sanidade da vacaria e das linguas à discrição. A má lingua há em todo o lado. A boa, só na candonga
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