terça-feira, julho 31
Bem Ditto, melhor peito
segunda-feira, julho 30
sexta-feira, julho 27
Amarga descarga
Outrora, suave textura que se movia aveludada na pele cuidada. Tratavas-nos macia todo o dia, em folhado tenro e terno, em conforto perene sobre a derme. Amansava a inquietação de um organismo em ebulição. Fofa e higiénica celulose, que polia as descargas da orgânica metamorfose. Foi-se, súbita, trocada por lixa abrasiva, lasciva, que deixa o esfíncter inflamado, danado. Complicado convívio, em momentos de alívio, com papel de fel. A rematar, um lamento às contenções de orçamento: doi-me o rabo, carago!Nota final aos senhores administrativos: faz-se uma vaquinha entre todos, reabastece-se os balneários com o veludo do antigamente e acaba-se de vez com aquele papel manteiga de loja do chinês
quinta-feira, julho 26
Enigma da treta do anão e da vareta
Num jantar de gente próxima falaram-me de um rebuscado enigma que circula pelas tertúlias nocturnas em agremiações de culto da cultura. Explica a adivinha que um anão, inquilino num 12º andar, desce de elevador para as suas lides diárias mas, no regresso a casa, recorre ao engenho ascensor exclusivamente em dias de pluviosidade. O estranho comportamento do enfezado tem realmente uma explicação, que ninguem descortina, mas que transborda de lógica. Ora se, no caminho para baixo, o nosso pequeno herói consegue alcançar o botão do R/C, já o ritual ganha contornos de significativa complexidade no sentido inverso da marcha, derivados da ingnição para o 12º piso estar fora da curta amplitude de braço. Face às limitações referidas, o anão é impelido a galgar a butes os numerosos lanços de escada para chegar à residência, mas, se chover, serve-se da vareta de resguardo para as intempéries, vulgo chapéu-de-chuva, e prime o botão 12 com a improvisada prótese. Minutos de tortuosa, e infrutífera, carburação neurónica para uma solução imbecil. Caprichos de gente culta
quarta-feira, julho 25
terça-feira, julho 24
Piladainha
segunda-feira, julho 23
Vi no Verão
Três amigos de férias numa ilha, em plena II Grande Guerra. Um rouba um raro manual de reprodução e o trio passa as tardes a assimilar imagens de humanos em poses acrobáticas. Um acha absurdo e jura que os pais nem se tocam. Outro decora todos os passos para os executar posteriormente com a loura-papa-todos. Mas Hermie, que passara uma sessão de cinema a apalpar o braço da companhia de circunstância, vacila entre a languidez das imagens e o conceito de amor, o único que justificaria ficar pelado junto de uma fêmea. Apaixona-se pela mulher de um recruta, em missão de guerra, e conquista-lhe a confiança com biscates na casa da praia. Carrega-lhe as compras de mercearia e arruma-lhe caixotes no sotão. Em troca, recusa aceitar dinheiro. Prefere chávenas de café puro, como gente grande, e donuts. Um dia, veste o fato de domingo e aventura-se numa visita à Dorothy. Ninguem responde. Entra e depara, na sala vazia, com um cigarro a fumegar no cinzeiro e uma garrafa de whisky desenroscada. Ao lado, um pequeno escrito amachucado, informando a Dorothy da morte do marido. Hermie paraliza e só consegue proferir um "lamento" quando Dorothy entra na sala com os olhos inchados pelo incontido pranto. Seguem-se 20 minutos de silêncio. A neo-viuva coloca a agulha sobre o extremo do disco, que já rodava mudo, e abraça-o para um passo de dança. Beija-o uma... duas e três vezes. Leva-o para o quarto e faz amor com ele, ainda em fresquíssimo luto pela perda. No outro dia deixa-lhe um bilhete entalado na porta. Tinha agora uma nova vida pela frente, não procurava explicações e recorda-lo-ia para sempre. Hermie, confuso, dobra o papel, guarda-o no bolso e volta para junto dos amigos. Tinham combinado apedrejar os dois agentes da Guarda Costeira. Um amor que morre para (de) outro nascer. Nem parece meu, mas gostei
sexta-feira, julho 6
quinta-feira, julho 5
Conto luso
"O nosso herói ocultou-se entre a bancada dos legumes. Promovia-se a couve lombarda, na semana do cozido à portuguesa. O nosso herói fitava-a à distância, embevecido pelas ancas que teimavam em ondular pelo corredor das frutas. Tinha agora de indagar com urgência por outro abrigo. A sereia aproximava-se e ainda não arranjara pretexto para se denunciar à empatia da fêmea. Rápido... para a bancada dos lacticínios, camuflado pela gorda cinquentenária que fazia a prova do novo composto de soja. Não seria poiso para durar, que ela aproximava-se para carregar com a palete Mimosa Magro. Meia volta e ala para as traseiras da pilha de evaxes tanga, a um terço do preço de origem. Aaah... o nosso herói estava rendido à melena que deixava rasto frutado, mas urgia novo abrigo, que a dita voltava a encaminhar-se para as imediações. Por perto, só a bancada das águas. Manobra de risco do nosso herói, pelo pulo mal medido, que quase roçava no seio direito da apreciada, ligeiramente mais robusto que o esquerdo. Uma assimetria que também tentava o nosso herói. E agora?? Um corredor sem saída, rodeado de águas. Brusco refúgio para os produtos brancos. Solução efémera. Ela aproximava-se, em passada nobre, agachando-se de seguida na prateleira oposta para levantar um jerrican. Encurralado, o herói arrisca a investida cirúrgica e determinante: com que então água do Luso?!"Há duas décadas, flirtava-se assim. Não viveram felizes para sempre, mas aguentaram-se uns 15 anos. Das mais peculiares histórias de engate que tive oportunidade de auscultar
Nota: junta em anexo mais um apanhado do tarado Caracolinhos Sardinha
quarta-feira, julho 4
Cimbalão
- Gosto da Serena Williams- Não gostas nada...
- Gosto sim... aquelas formas transtornam-me
- Mas a gaja parece um armário
- Eu dava-lhe serventia às prateleiras
- Nem sei como se consegue mexer
- Eu amassava-lhe as saliências
- Está bem, mas tinhas de ser gentil
- Então porquê?
- Com aquela volumetria ainda te saía um galão
Conversas de MSN pela noitinha
terça-feira, julho 3
Rosados desenvergonhados
segunda-feira, julho 2
Comanecio
PS: registo fotográfico bolorento postado graças aos recursos tecnológicos da futura directora-técnica da Nokia Portugal, SA
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