terça-feira, julho 31

Bem Ditto, melhor peito

Considerada pelo insuspeito Independent como a mulher mais cool do planeta, Beth Ditto, ícone da causa lésbica e vocalista dos punk The Gossip, acaba de armar um pé de vento com os estilistas da modelagem. Para a cantora, são, passo a citar, "esses bandos de gays" culpados das tendências anoréxicas das adolescentes e do padrão globalizado das silhuetas-cabide. Em protesto, Beth, que costuma concluir os concertos em lingerie, pousou desnudada para a revista britânica NME, publicação especializada em música alternativa e que também já despiu PJ Harvey. Curiosamente, Bethy é amiga do peito (no singular) de Kate Moss, inspiração das subnutridas, mas aliada à nobre iniciativa idealizada pela robusta artista britânica. Defende a cantora, com o vigor dos seus 95 kg, que as mulheres devem desamarrar-se dos grilhos depilatórios. Ou seja, deve deixar-se o mecanismo hormonal feminino borbotar todo o potencial púbico e cobrir a derme com um manto capilar tal qual Tony Ramos, o galã das novelas de 70/80, que inflamava os corpos das heroínas de tanta roçadela da penugem de piaçaba. Uma naturista de peso... ou de pêlo!

segunda-feira, julho 30

sexta-feira, julho 27

Amarga descarga

Outrora, suave textura que se movia aveludada na pele cuidada. Tratavas-nos macia todo o dia, em folhado tenro e terno, em conforto perene sobre a derme. Amansava a inquietação de um organismo em ebulição. Fofa e higiénica celulose, que polia as descargas da orgânica metamorfose. Foi-se, súbita, trocada por lixa abrasiva, lasciva, que deixa o esfíncter inflamado, danado. Complicado convívio, em momentos de alívio, com papel de fel. A rematar, um lamento às contenções de orçamento: doi-me o rabo, carago!

Nota final aos senhores administrativos: faz-se uma vaquinha entre todos, reabastece-se os balneários com o veludo do antigamente e acaba-se de vez com aquele papel manteiga de loja do chinês

quinta-feira, julho 26

Adeus craque!

Vou ali chorar e já volto...

Enigma da treta do anão e da vareta

Num jantar de gente próxima falaram-me de um rebuscado enigma que circula pelas tertúlias nocturnas em agremiações de culto da cultura. Explica a adivinha que um anão, inquilino num 12º andar, desce de elevador para as suas lides diárias mas, no regresso a casa, recorre ao engenho ascensor exclusivamente em dias de pluviosidade. O estranho comportamento do enfezado tem realmente uma explicação, que ninguem descortina, mas que transborda de lógica. Ora se, no caminho para baixo, o nosso pequeno herói consegue alcançar o botão do R/C, já o ritual ganha contornos de significativa complexidade no sentido inverso da marcha, derivados da ingnição para o 12º piso estar fora da curta amplitude de braço. Face às limitações referidas, o anão é impelido a galgar a butes os numerosos lanços de escada para chegar à residência, mas, se chover, serve-se da vareta de resguardo para as intempéries, vulgo chapéu-de-chuva, e prime o botão 12 com a improvisada prótese. Minutos de tortuosa, e infrutífera, carburação neurónica para uma solução imbecil. Caprichos de gente culta

quarta-feira, julho 25

Literalizar

Falar Claro
"Quem não conseguiu este resultado para o CDS fui eu"
Fazer Bem
"Obviamente, pedirei ao presidente do partido a demissão da vice-presidência do CDS" (ao que se anexa a liderança parlamentar)
...
Desculpem o delay, mas há pitéus de Verão intemporais

terça-feira, julho 24

Piladainha

- Pai...
- Sim
- Quero uma galinha
- Uma quê??
- Uma galinhaaaa!!
- Mas para que é que tu queres uma galinha??
- O André tem...
- O André tem uma galinha??
- Siimm... e faz chichi de pé
(uma ligeira agitação de géneros na formação da personalidade)

segunda-feira, julho 23

E assim nasce o que depois acaba

Vi no Verão

Três amigos de férias numa ilha, em plena II Grande Guerra. Um rouba um raro manual de reprodução e o trio passa as tardes a assimilar imagens de humanos em poses acrobáticas. Um acha absurdo e jura que os pais nem se tocam. Outro decora todos os passos para os executar posteriormente com a loura-papa-todos. Mas Hermie, que passara uma sessão de cinema a apalpar o braço da companhia de circunstância, vacila entre a languidez das imagens e o conceito de amor, o único que justificaria ficar pelado junto de uma fêmea. Apaixona-se pela mulher de um recruta, em missão de guerra, e conquista-lhe a confiança com biscates na casa da praia. Carrega-lhe as compras de mercearia e arruma-lhe caixotes no sotão. Em troca, recusa aceitar dinheiro. Prefere chávenas de café puro, como gente grande, e donuts. Um dia, veste o fato de domingo e aventura-se numa visita à Dorothy. Ninguem responde. Entra e depara, na sala vazia, com um cigarro a fumegar no cinzeiro e uma garrafa de whisky desenroscada. Ao lado, um pequeno escrito amachucado, informando a Dorothy da morte do marido. Hermie paraliza e só consegue proferir um "lamento" quando Dorothy entra na sala com os olhos inchados pelo incontido pranto. Seguem-se 20 minutos de silêncio. A neo-viuva coloca a agulha sobre o extremo do disco, que já rodava mudo, e abraça-o para um passo de dança. Beija-o uma... duas e três vezes. Leva-o para o quarto e faz amor com ele, ainda em fresquíssimo luto pela perda. No outro dia deixa-lhe um bilhete entalado na porta. Tinha agora uma nova vida pela frente, não procurava explicações e recorda-lo-ia para sempre. Hermie, confuso, dobra o papel, guarda-o no bolso e volta para junto dos amigos. Tinham combinado apedrejar os dois agentes da Guarda Costeira. Um amor que morre para (de) outro nascer. Nem parece meu, mas gostei

sexta-feira, julho 6

Férias!

Até daqui a duas semanas!

quinta-feira, julho 5

Conto luso

"O nosso herói ocultou-se entre a bancada dos legumes. Promovia-se a couve lombarda, na semana do cozido à portuguesa. O nosso herói fitava-a à distância, embevecido pelas ancas que teimavam em ondular pelo corredor das frutas. Tinha agora de indagar com urgência por outro abrigo. A sereia aproximava-se e ainda não arranjara pretexto para se denunciar à empatia da fêmea. Rápido... para a bancada dos lacticínios, camuflado pela gorda cinquentenária que fazia a prova do novo composto de soja. Não seria poiso para durar, que ela aproximava-se para carregar com a palete Mimosa Magro. Meia volta e ala para as traseiras da pilha de evaxes tanga, a um terço do preço de origem. Aaah... o nosso herói estava rendido à melena que deixava rasto frutado, mas urgia novo abrigo, que a dita voltava a encaminhar-se para as imediações. Por perto, só a bancada das águas. Manobra de risco do nosso herói, pelo pulo mal medido, que quase roçava no seio direito da apreciada, ligeiramente mais robusto que o esquerdo. Uma assimetria que também tentava o nosso herói. E agora?? Um corredor sem saída, rodeado de águas. Brusco refúgio para os produtos brancos. Solução efémera. Ela aproximava-se, em passada nobre, agachando-se de seguida na prateleira oposta para levantar um jerrican. Encurralado, o herói arrisca a investida cirúrgica e determinante: com que então água do Luso?!"
Há duas décadas, flirtava-se assim. Não viveram felizes para sempre, mas aguentaram-se uns 15 anos. Das mais peculiares histórias de engate que tive oportunidade de auscultar

Nota: junta em anexo mais um apanhado do tarado Caracolinhos Sardinha

quarta-feira, julho 4

Cimbalão

- Gosto da Serena Williams
- Não gostas nada...
- Gosto sim... aquelas formas transtornam-me
- Mas a gaja parece um armário
- Eu dava-lhe serventia às prateleiras
- Nem sei como se consegue mexer
- Eu amassava-lhe as saliências
- Está bem, mas tinhas de ser gentil
- Então porquê?
- Com aquela volumetria ainda te saía um galão

Conversas de MSN pela noitinha

terça-feira, julho 3

Rosados desenvergonhados

Ricardo Araújo Pereira, arguido em processo judicial cível interposto por um presidente desportivo da região do Douro, denfendeu publicamente as novas tonalidades da indumentária alternativa do Glorioso. Em meritório esclarecimento público, o gato confidenciou que o novo equipamento da maior colectividade do Mundo coincide com a matiz das trusses que lhe acomodam diariamente as intimidades. Oficializada a descomplexada escolha do clube da Luz, adivinho a subversão de alguns conceitos que nos regem o preenchimento dos formulários de caracterização do próximo. O ciclismo antecipou-se na sacudidela dos preconceitos quando escolheu o listado arco-is para estampar o dorso dos campeões do Mundo, corajosos pedaladores forrados a justinhos fatos de lycra. Agora é o futebol a adoptar tonalidades mais arejadas. No caso do Benfica, o rosa deixa o meio dos fernicoques e passa a estar associado à virilidade de um conjunto de guerreiros que esmaga qualquer adversário sem misericórdia. Temo pela auto-estima dos nossos futuros adversários...

segunda-feira, julho 2

Comanecio

Em cavaqueira recente com o miudo Noriega, lembrei-me dos meus tempos de alta-competição, dos saraus de ginástica acrobática e das figuras obrigatórias que constavam do espectáculo anual do UPVN. Renunciava ao pino porque não me fiava nas mãos do parceiro de rotinas, suspeito de furto da minha primeira bola de cautchu. Nunca exercitei o flic-flac à rectaguarda pelo risco de colidir com a estrutura do edifício, dado o espaço exíguo que nos era disponibilizado para a prática da modalidade, incompatível com a inesgotável elasticidade de mim próprio. Limitava-me à roda, à cambalhota e a personificar a base de sustentação do aviãozinho, figura de desmesurado índice de exigência e que me semeou a desenvoltura física que ostento nos dias de hoje. Como a imagem atesta, encaro com gélido alheamento as provocações da plateia, que iam alternando entre o pé de gesso e o boi de carga. Complexos de sedentarismo!

PS: registo fotográfico bolorento postado graças aos recursos tecnológicos da futura directora-técnica da Nokia Portugal, SA