segunda-feira, agosto 25
O Zécalcas
Faz-me alguma graça chamarem Madjer a todo o artista que calca o esférico em jogos de fim-de-semana. Quem avalia com essa leviandade não conheceu o Zeca, o meu colega de primária que corria mais que um galgo... corrido à pedrada. O Zeca tinha aquela tez cenoura, incisivos centrais desalinhados e um porte tão escanifrado que tinha de cuidar-se em dias de ventania. Mas a ligeireza do Zeca proporcionava-lhe super-poderes nos sprints de Educação Física. Ganhava as corridas naquele estilo a cambalear. Em cada passada larga flectia os abdominais, ao mesmo tempo que balançava a queixada para impulsionar a carcaça franzina . Era uma técnica inestética, que se confundia com esgar de sofrimento pré-comatoso, mas extramente eficaz. Mas o Zeca não era temido apenas nas corridas. Em momentos mais quentes de altercação, o Zeca virava-nos os costados e infligia um coice de mula que carimbava muita nódoa negra nas tenras pernas dos colegas de turma. Na altura, ganhei mais medalhas que a comitiva olímpica portuguesa em Pequim
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