segunda-feira, agosto 18

Ranchosa

Tiffany, anexada no canto superior direito, sempre foi rapariga para outros voos. Largou a ocupação de lojista e apostou em outro ramo laboral. Continuava a ter contacto com clientela, agora num espaço mais amplo e iluminado por um ligeiro lusco-fusco de néon. Foi para lá ver no que dava. Impôs, porém, algumas restrições. Sempre foi, digamos, um misto de selecta com reservada. Não aceitava qualquer gente. Aliás, torcia para que não a elegessem na esmagadora maioria dos dias, só porque não tinha muita paciência. Para os infortunados que se embeiçavam pelo rosto nobre desta rapariga, o aviso prévio: não soprava em cornetas de outrens, porque sempre lhe puxaram os vómitos. Também a incomodava terminologia como "clientes", "rameiras" ou "bordel". Preferia as metáforas... ou os 500 dólares por 20 minutos num jacuzzi, mas sem porcarias. Um dia perdeu a cabeça e acedeu colaborar com uma colega numas intimidades com um senhor. No meio da pândega, mostrou os seios, mas avisou logo o porcalhão que não queria beliscões nem palmadas no rabo. Aguentou-se por lá não chegaram a duas semanas. Fez as malas e voltou para casa. Estava desconfortável com os olhares das colegas. "Sentia que começava a ser uma ameaça para elas", confessou (!?!?!), já a caminho do check-in...
O Bunny Ranch é um programa que tem a sua graça, mas tenho de ligar para a SIC Radical a protestar pelo horários impróprios desta série. Costumam passar aquilo pelas 23:00 e isso não é a hora mais adequada, sobretudo para quem anda quase há duas semanas a levantar-se pelas 08:00 da manhã. Tem noites que me custa segurar a vigília

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