A família junta-se pelas oito da madrugada e vamos todos à procura das Pistas da Blue. Eu, a minha senhora e a pequenita envidamos todos os esforços para ajudar o Duarte a encontrar as pegadas da cachorra azul.
- Então, vão ajudar-me?
- Siiiiimmm
- Viram a minha cadelinha?
- Tá aliii... Tá aliiii
- Esperem. Está a faltar-me qualquer coisa...
- O bloco... o bloco
...
- Este Duarte tem cá um ar de panasca
- Pssssiuuu... olha a miuda pá!
quarta-feira, maio 31
Ai que sôdadinhas
Às vezes tenho saudades da ilha da Fuzeta. Às vezes da-me uma nostalgia das banhocas pela noitinha. De mijar na água e sair pirilampos. De raspar na areia molhada e deixar um rasto de luzinhas fluorescentes. De arrear o calhau no pré-fabricado. De comer pica-pau na cabana incendiada. De aviar super bocks com mênduins. De me passar por água com garrafões do luso. Das filas do barco prá terra. E do miudo granjola que se revoltava com o pregão do vendedor das bolas de berlim.
- Olhá bolinhaa... fresquinhaa... quentinhaaa
- Ai a porra... então são fresquinhas ou quentinhas??
- Olhá bolinhaa... fresquinhaa... quentinhaaa
- Ai a porra... então são fresquinhas ou quentinhas??
Somos uns campeões
Não é para me gabar, mas eu também sou um campeão. Como testemunha o registo fotográfico, é perfeitamente visível a mãozinha do génio a acariciar o caneco. Para os pitosgas, é só seguir a seta. Em segundo plano, dois badamecos que nem sequer sabem dar um chuto na bola. Mas pronto, com esforço e empenho, lá conseguimos o entrosamento e a postura competitiva que baratinou os adversários nas quatro linhas. Cilindrámos toda a gente e na final demos uma abada a uns coitadinhos checos. Correu tudo muito bem. Fomos uns valentes. Foi pena que no último dia alguém tenha gamado o gel ao Ricardo
terça-feira, maio 30
Mas isto liga-se adonde?
- Levas aqui com um plugin que vai potencializar o SMPT, mas para isso tens de arranjar um SLIP que te actualize o listserf
- Aaah...
- Se tiveres um infobahn, o FTP acopla-se no gopher e oferece-te um knowbot que é o último grito de DNS
- Hmmmm
- Quanto ao browser, os mais comuns são o Netscape Navigator e o Microsoft Explorer. Mas tens a alternativa do IBM Mosaic, HotJava, Lynx, NetManage WebSurfer ou Oracle PowerBrowser. Mas primeiro tens de chekar o DNS
- Sim, pois...
- Depois podes omitir o URL... sempre mascaras os cookies e despistas os trojans
- Olha... e onde é que é o botão do power?
(homenagem ao L. Uma enciclopédia informática com duas pernas)
- Aaah...
- Se tiveres um infobahn, o FTP acopla-se no gopher e oferece-te um knowbot que é o último grito de DNS
- Hmmmm
- Quanto ao browser, os mais comuns são o Netscape Navigator e o Microsoft Explorer. Mas tens a alternativa do IBM Mosaic, HotJava, Lynx, NetManage WebSurfer ou Oracle PowerBrowser. Mas primeiro tens de chekar o DNS
- Sim, pois...
- Depois podes omitir o URL... sempre mascaras os cookies e despistas os trojans
- Olha... e onde é que é o botão do power?
(homenagem ao L. Uma enciclopédia informática com duas pernas)
E não se cala
Joaninha voa voa
Que o teu pai está em Lisboa
Com um rabinho de sardinha
Para dar à Joaninha
Parecia uma matraca. Ninguém a calava. Pata-ti, pata-tá... pata-ti, pata-tá. Porra. Ainda hoje tenho os tímpanos amarfanhados com tanta lenga lenga. Graças a Deus foi-se embora daqui e levou a verborreia nas malinhas. Foi para as beiras promover bácoros
Que o teu pai está em Lisboa
Com um rabinho de sardinha
Para dar à Joaninha
Parecia uma matraca. Ninguém a calava. Pata-ti, pata-tá... pata-ti, pata-tá. Porra. Ainda hoje tenho os tímpanos amarfanhados com tanta lenga lenga. Graças a Deus foi-se embora daqui e levou a verborreia nas malinhas. Foi para as beiras promover bácoros
Quantos há?
No futebol é biqueirada para a frente. No basquetebol os jogos acabam 38-31. No ciclismo as pezudas são todas ultrapassadas pela cinquentenária Jeannie Longo. No ténis devia ganhar sempre a Maria Sharapova. No atletismo é só trinca-espinhas e testosterona. Só encontro uma modalidade verdadeiramente ajustada às senhoras: o vólei de praia. Até os bonés de pala são sexys
Bêbedos ranhosos
Aí está o último grito das geringonças inúteis para jardins domésticos Um verdadeiro bar aberto para os ranhosos. Um paraíso para caracóis e caracoletas. A fórmula é simples. Enche-se a garrida armadilha com cerveja e espera-se que o aroma de malte cative as apuradas narinas dos molusculos. Depois é um festim de bebedeira. É enfrascar até cair para o lado. Os bichinhos já não conseguem sair dali, mas também não se importam
segunda-feira, maio 29
Lavolpe, usted es un marioto
Aqui há dias, Nando Jordão aterrou em Évora para espiar os bravos portugueses, a mando de Oliveira Gonçalves, o trainer da Angola. Mas o entrenador do México foi mais malandreco. Ricardo Lavolpe desenrascou a um amigo porteiro uma credencial de imprensa da TV Azteca, espetou a cartolina no delicado peito da Ines Sainz e mandou a mata hari latina apanhar com a soleira alentejana. Como era de esperar, já ninguem quis saber da bola. Scolari ficou importunado e meteu uma cunha ao Ronaldo para dar troco com a Merche Romero. O nosso fenómeno lá teve de explicar ao sargentão que a galega já não impressiona ninguém. Caiu em descrédito desde que passaram a circular na net umas fotos que denunciam três nesgas de celulite no par de canivetes
Atchim!
Há quem diga que sou tarado por sardentas. Mas não é bem assim. Trata-se de compaixão. As boas pessoas como eu têm piedade e respeitam quem padece de defeito de fabrico. Ou melhor, acidente na manufactura do Divino. Naquelas manhãs pela fresquinha, ou quando as flores andam aí doidinhas a polenizar, Deus constipa-se. Todos sabemos que Deus é workhaólico e não é um resfriado que lhe vai conter os ímpetos criadores. Casmurro como à porra, lá continua a produzir gente em doses industriais. O pior é quando as cócegas se lhe irrompem narinas adentro. Está a desbastar um ombrozinho ou um peitozinho catitas e lá vai disto... espirro de meia noite e a obra cheia de perdigotos. Fica um bocado chateado, sobe-se-lhe o sangue pela melena e produz assim um punhado de gente alaranjada
Uff!
- Oh handsome, desenrasca-me aí este fosso. É que acabei de arranjar as unhas
- Quadrado, Quadrado, Círculo
- Oh quiducho, não me estava nada a apetecer galgar aquela ravina. Tenho aqui uma dor nos gémeos
- Triângulo, Círculo, Triângulo
- Oh fofo, despacha lá aquele matulão, que se me acabaram as munições
- Xis, Xis, Xis, Xis, Quadrado
- Oh airoso, viste onde pára aquele artefacto que me falta para acabar o nível?
- Frente, Esquerda, Quadrado, Círculo, Xis
Sou um pau mandado!
- Quadrado, Quadrado, Círculo
- Oh quiducho, não me estava nada a apetecer galgar aquela ravina. Tenho aqui uma dor nos gémeos
- Triângulo, Círculo, Triângulo
- Oh fofo, despacha lá aquele matulão, que se me acabaram as munições
- Xis, Xis, Xis, Xis, Quadrado
- Oh airoso, viste onde pára aquele artefacto que me falta para acabar o nível?
- Frente, Esquerda, Quadrado, Círculo, Xis
Sou um pau mandado!
Sub-2x1
Não passámos por uma unha negra. Faltaram dois golitos. Os portugueses entraram de férias, mas mandaram os alemães para casa. No fim daquele dramático despache-dois-de-uma-vez, foi bonito ver 22 miúdos esparramados no chão a chorar baba e ranho. Para quem não tenha percebido, Guimarães pode ter servido para levantar uma pontinha do véu sobre o que vai acontecer daqui a um mês, mais coisa menos coisa. Os germânicos maiorzinhos não passam da primeira fase e os mininos de Scolari até vão comer a relva. Ora perguntem lá ao Moutinho ou ao Quaresma quão saboroso era o capim verdinho vimaranense.
domingo, maio 28
Olhó que chove
O mundo estava em chamas e ninguém podia salvar-me, excepto tu
É estranho o que o desejo faz aos patetas
Nunca sonhei encontrar alguém como tu
E nunca sonhei conhecer alguém como tu
Não, não quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Não, não quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Por ti. Por ti (este mundo vai partir-te o coração)
Que jogo perverso para jogar, para me fazer sentir assim
Que coisa perversa, deixar-me sonhar contigo
Que coisa perversa para dizer, nunca te sentiste assim
Que coisa perversa, fazer-me sonhar contigo e…
Quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Não, quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Por ti
O mundo estava a arder e ninguém podia salvar-me, excepto tu
É estranho o que o desejo faz aos patetas
Nunca sonhei amar alguém como tu
E nunca sonhei perder alguém como tu
Não, quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Não, quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Por ti (este mundo vai partir-te o coração)
Por ti (este mundo vai partir-te o coração)
Não, eeuuuuuuuuuuu (este mundo vai partir-te o coração)
Ninguém ama ninguém (este mundo vai partir-te o coração)
(este mundo vai partir-te o coração)
Tradução livre de Wicked Game, do Chris Isaak
Pronto Helena. Já cantei esta foleirice. Já tirei a cana do nariz. Já estou mais parecido com o Oscar de la Hoya a tentar passar por James Dean. É agora que aceitas ir comigo à praia fazer croquetes?
É estranho o que o desejo faz aos patetas
Nunca sonhei encontrar alguém como tu
E nunca sonhei conhecer alguém como tu
Não, não quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Não, não quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Por ti. Por ti (este mundo vai partir-te o coração)
Que jogo perverso para jogar, para me fazer sentir assim
Que coisa perversa, deixar-me sonhar contigo
Que coisa perversa para dizer, nunca te sentiste assim
Que coisa perversa, fazer-me sonhar contigo e…
Quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Não, quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Por ti
O mundo estava a arder e ninguém podia salvar-me, excepto tu
É estranho o que o desejo faz aos patetas
Nunca sonhei amar alguém como tu
E nunca sonhei perder alguém como tu
Não, quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Não, quero apaixonar-me (este mundo vai partir-te o coração)
Por ti (este mundo vai partir-te o coração)
Por ti (este mundo vai partir-te o coração)
Não, eeuuuuuuuuuuu (este mundo vai partir-te o coração)
Ninguém ama ninguém (este mundo vai partir-te o coração)
(este mundo vai partir-te o coração)
Tradução livre de Wicked Game, do Chris Isaak
Pronto Helena. Já cantei esta foleirice. Já tirei a cana do nariz. Já estou mais parecido com o Oscar de la Hoya a tentar passar por James Dean. É agora que aceitas ir comigo à praia fazer croquetes?
Vamos ficar todos negros
O mister Oliveira Gonçalves enviou o Nando Jordão até Évora para espiar os portugueses. O adjunto do head couch dos Palancas Negras ficou a tremer como varas verdes. Aquele carrocel demolidor, que vulgarizou a potência cabo-verdiana, está a assustar os angolanos. O irmão do Jordão a sério ficou todo baralhado. Lá disfarçou e armou-se em fortalhaço. Avisou que Angola não será o bombo da festa e deixou o recado ao Scolari: um jogo de futebol não acaba antes, acaba durante. E tem toda a razão. Aqui há uns anos, em Alvalade, o festival da lusofonia foi regado com pantufada de meia-noite e, realmente, acabou mais cedo, com meia equipa angolana no olho da rua. Dia 11, em Colónia, só entram maiores de 18 anos.
Depressa Catarina, depressa
Deve ter sido uma das piores patinadoras de sempre. O mais engraçado é que açambarcava tudo. Mas também se eu fosse juiz, não estava muito preocupado com os saltos axel ou os piões verticais. Com uma carinha laroca como a da Katarina Witt era tudo corrido a 10. Acho que foi apanhada uma série de vezes no doping. As mijinhas denunciavam índices suspeitos de hormonas de beleza. Os gajos da RDA eram tramados e iam conseguindo abafar o escândalo. Retirou-se em glória mas com uma espinha atravessada. Deixou de encabeçar a lista das atletas mais bonitas quando a Fernanda Ribeiro arrancou o buço e alisou a carapinha.
Levas dois pontapés que me parto todo
Parece que é certo. O miúdo Bruno Vale vai mesmo de férias, depois de partir os ossinhos todos do pé. No jogo com os sérvios, deu-lhe a fúria e aplicou duas valentes arrochadas no poste. Pudera pá. Depois de defender um penalty impossível, os colegas do sector mais recuado ofereceram um escadote ao rapaz espadaúdo que encavou definitivamente os anfitriões. Sempre achei que o Bruno Vale tinha uma tromba esquisita, tipo a fronha do comilão Larry Kubiac, da série do Parker Lewis. Mas sempre tive pruridos em arriscar a analogia, porque o rapaz era tão sossegadito que enervava. Dizer que o Bruno Vale tinha semelhanças físicas com o rottweiler Abraham Benrubi era motivo para uma valente risota de desdem. Pois era. Era até ao dia em que o jovem se engalfinhou com o poste da baliza. Antes quebrar que torcer.
sábado, maio 27
Berlim, 09 de Julho, às 19:00
Tá feito! Ninguem nos pára. Aviámos os fortíssimos cabo-verdianos por esmagadores 4-1. Não foi mais por que estava muito calor. Daqui a dias, com o temível Luxemburgo, vai ser diferente. No clima ameno de Metz, vamos aviar uns 10 sem resposta, que o Meira vai ser encostado depois daquela pantufada para dentro do aviário do Ricardo. Agora é tudo a eito. O rolo compressor arquitectado pelo Sargentão só pára na capital dos boches, a 09 de Julho, pelas 19:00.
A porra da sala tá torta
Sou um frustrado. Ninguém me liga. Por outras palavras, arrecadei muito pouco, ou quase nada, com as parvoíces que fui inventando. Meti-me na banda desenhava, no acrílico sobre a tela... eu sei lá! A crítica foi cruel e lapidar. Não vales um boi. Pegou na faquinha e castrou-me rente a criatividade. O Bod e o Tobias, uma dupla de pontencial sucesso, foram jogados no lixo. Vendi um par de quadros. O resto está tudo empilhado a ganhar teias de aranha. Bolas pá! Não percebo nada disto. Tantos espirros transaccionados por milhões e a mim é só muco a acumular.
Há gente que não devia morrer
Vai fazer 18 anos que se estampou na A1. Nasceu depois o mito urbano que teria sido enterrado vivo. Não me admirava nada. Se ainda hoje se extrai o baço a quem entra nas urgências com uma luxação, imagino há 18 anos.
- Oh Zé, o que é que achas?
- Eh pá, não sei. Mas parece-me mesmo mal. Ainda há cinco minutos balbuciava qualquer coisa que era médico e não-sei-o-quê-Carlos-Paião.
- Xiii, deve tar todo f*****. Fecha lá o saco que daqui a nada não se pode com o pivete!
- Oh Zé, o que é que achas?
- Eh pá, não sei. Mas parece-me mesmo mal. Ainda há cinco minutos balbuciava qualquer coisa que era médico e não-sei-o-quê-Carlos-Paião.
- Xiii, deve tar todo f*****. Fecha lá o saco que daqui a nada não se pode com o pivete!
sexta-feira, maio 26
Cuco páá... cuco
Não sou, nunca fui, nem serei filiado em clubes de fãs. Acho que é coisa de histéricos. O nosso processo cognitivo move-se por associações e imagens. Neste caso particular, o meu vai logo buscar miúdas a arrancar postas de cabelo, em gritos estridentes e a salivar pelos cantos da boca. Depois há sempre uma mais gordinha e recatada que tenta conquistar a estima das demais, engendrando estes esquemas manhosos dos clubes de fãs. Por isso, sempre fui contra versões teen fundamentalistas. Fiel a esse princípio, nunca me associaria a um clube de fãs do RAP. Além da argumentação exposta, arriscaria ainda suspeitas de desarranjo sexual: um homem filiado numa agremiação que venera outro homem. Portanto, não formalizo, mas aqui em casa ninguem fala(va) mal do RAP. O mais hilariante cínico dos humoristas não merecia a desfeita do sangue do meu sangue. A caganita desdenhou do rapaz. A miuda ridicularizou o gajo que me estrafega a bexiga e apura os musculos abdominais. A minha pequena caiu no descrédito e enegreceu a expectativa de bom gosto vindouro. Cuco páá, cuco. Sentenciou a engraçadinha aquando de um sketch televisivo do génio. Se ainda restassem dúvidas, pelo palavreado mal amanhado, o indicador em riste a cutucar a testa foi a punhalada letal no amor de pai. Mas pronto, amanhã passamos pelo Estádio da Luz, ela grita histericamente Ba-qui-ca Ba-qui-ca Ba-qui-ca e fazemos as pazes.
Traz lá as pomadas pá
Agora estou com esta na cabeça e ninguem me tira da ideia. Vou juntar-me às fileiras dos tatuados. Aqui por coisas da vida, apetece-me e pronto. Já com ela fisgada, dirigi-me a um balcão da especialidade. Como é uma coisa mesmo à séria, printei o que queria e fui embicadinho ao estabelecimento mais cotado na praça. Fica ali para o Bairro Alto e tem um decor muito à frente. Uma orgia cromática que deixa logo um gajo zonzo. Resisti àquele primeiro impacto e avancei. A casa tinha praticamente acabado de abrir, mas já estava um corropio medonho. Estive ali uns bons cinco minutos sem ninguem me ligar puto. A patroa estava ao telefone. Cabelo rosa choque. Totós à colegial. Uns 90 kg de chicha, mais uns bons 15 de platina. Berrava que nem uma doida. Tinha chegado de uma convenção em Nova Iorque e não tinha pomadas. Livra. A mulher estava prestes a escangalhar o telefone e prometer uma espera à pobre fornecedora. À terceira solicitação, lá me atendeu uma cópia da robusta proprietária. Com menos 20 anos, mas já com um pandeiro para lá do metro quadrado. Dá-lhe assim um ar exótico. Ainda por cima, com uma fresta sexy a separar os incisivos centrais. Solícita o quanto baste, lá me deu o orçamento, enquanto a matriarca continuava a ameaçar de porrada a fornecedora das pomadas. A brincadeira fica por 200 euros. 50 de entrada e, pelo menos, uma semana na lista de espera. Ainda vou ponderar, mas só se amarrarem primeiro a doida dos totós.
Betinho da Estrela
Domingos Sávio, oh lírio cândido
Vieste à terra concerteza
Pra nos mostrar a flor alvíssima
Na na ra na, da natureza
Do céu és astro fúlgido
Farol de intensa luz
És filho de D. Bosco
Na ra na, de Jesus
Era esta a cantoria que me reservavam as segundas, quartas e sextas-feira. Os saudosos Bons Dias nas Oficinas de São José. Já lá vão 20 anos. Por isso, não me recorda a letra toda. Lembro-me, isso sim, que foi um ano lectivo de paradoxos. Se negativas pagassem imposto, estava penhorado. Mas, em contrapartida, fui acólito nas dezenas de festas de santos (dispensava às aulas) e vendi rifas para financiar a construção da estátua agora erigida naquela rotunda à entrada do Cemitério dos Prazeres. No Céu, estava bem cotado e ainda devo ter por lá uma auréola reservada. Na Terra, passeei o tridente e levei com um dos chumbos mais pesados da história dos Salesianos. Remédio Santo. Nunca mais lá pus os pés e fui recambiado para a Secundária da Brandoa. Gozei muito mais, a correr atrás das miudas com a lã de vidro dos pré-fabricados.
Vieste à terra concerteza
Pra nos mostrar a flor alvíssima
Na na ra na, da natureza
Do céu és astro fúlgido
Farol de intensa luz
És filho de D. Bosco
Na ra na, de Jesus
Era esta a cantoria que me reservavam as segundas, quartas e sextas-feira. Os saudosos Bons Dias nas Oficinas de São José. Já lá vão 20 anos. Por isso, não me recorda a letra toda. Lembro-me, isso sim, que foi um ano lectivo de paradoxos. Se negativas pagassem imposto, estava penhorado. Mas, em contrapartida, fui acólito nas dezenas de festas de santos (dispensava às aulas) e vendi rifas para financiar a construção da estátua agora erigida naquela rotunda à entrada do Cemitério dos Prazeres. No Céu, estava bem cotado e ainda devo ter por lá uma auréola reservada. Na Terra, passeei o tridente e levei com um dos chumbos mais pesados da história dos Salesianos. Remédio Santo. Nunca mais lá pus os pés e fui recambiado para a Secundária da Brandoa. Gozei muito mais, a correr atrás das miudas com a lã de vidro dos pré-fabricados.
quinta-feira, maio 25
Milo ou Guido?
Tenho um amigo que ainda resiste ao meu (mau) feitio destemperado. Antes de carregar a mala de cartão para terras do Menneken Pis, acompanhava-me, amiúde, em animadas tertúlas ali às bandas de um bar recôndido da Estrela. Era lá que se partilhavam doses cavalares de cultura. Carburavam-se cigarros e molhava-se o goto com néctar de cevada. Faz muito bem à saúde, mas como é fermentado, esfrangalha os níveis de sobriedade. Era já nesse estado que trocávamos opiniões sobre a espécie feminina. Numa dessas ocasiões, os devaneios entre glandulas mamárias e glúteos desembocaram sobre a expressão gráfica do fenómeno-fêmea. Para ele, Milo Manara. Para mim, que vou muito mais ao âmago, Guido Crepax. O meu amigo é um tarado. O Milo só desenha ninfomaníacas. O Guido é o acasalamento do erotismo genuíno com a banda desenhada. Ao Milo o que é de Milo. Ao Milo calhava bem um Pato com Laranja ou uma edição especial em banda desenhada do concurso Tutti Frutti. Aquele em que as senhoras mostravam as mamocas ao som do caldo e freddo. Pelo traço do Guido, ficámos com a Valentina e adaptações de obras como História de O, Emmanuelle ou A Vénus das Peles. Ao Guido, muito respeitinho. Nasceu primeiro e já se quinou. Que Deus o guarde no repouso eterno. Amen!
Ai Betty, chavala
Não posso dizer que tenha sido o primeiro grande amor. Antes tive uma pancada pela Gata Borralheira, na versão do clássico da Walt Disney. Mas sempre foi mais físico. Aquela roupa toda esfrangalhada, depois de soarem as 12 badaladas, deu-me assim os primeiros calores. Mas a Elizabeth Savalla não. A Elizabeth bateu-me forte. Com a Elizabeth era mesmo para casar. Topei-a logo na Gabriela Cravo e Canela, com aquela melena à Louise Brooks, mas só com o Pai Herói comecei com as insónias. Nunca percebi que raio tinha o Tony Ramos assim tão de especial. Aquele bisonte tem barba até às pálpebras. Bolas Betty. Andaste aos melos com o Tony. É bem feito, que agora estás velha e feia. Toma!
quarta-feira, maio 24
Um mimo ou uma galheta?
Há coisas que nos deixam saudavelmente maluquinhos. Ando viciadinho neste fenómeno dos ambigramas. É uma ideia simples, mas de fórmula complexa. Um especialista na área chama-lhe malabarismo mental e os leigos, como eu, divertem-se com a brincadeira. Um bocado como o sinuoso Koeman aqui há atrasado. Ora boi branco, ora boi preto. Foi bestial, porque a besta passou a pastar na fazenda de Eindhoven. Nos países baixos a perspectiva é mais polida que no cu da Europa
Grey eyes is watching somewhere
Skön José
Jose Gonzalez. Um natural born swedish. Ah pois é. Fruto de uma tórrida cambalhota entre um cobridor argentino e uma alva sueca. O anúncio da Sony (o das bolinhas saltitonas pelas ruas de São Francisco abaixo) projectou o rapaz do violão. Mas o latino-nórdico já era um ídolo para os suicidas suecos, com direito a album do ano e tudo, de seu nome Veneer.
"And you, you knew the hand of a devil
And you kept us awake with wolves teeth
Sharing different heartbeats in one night", Heartbeats
Lar da Luz
terça-feira, maio 23
Quem foi o porcalhão?!?
Ora aí está uma sugestão de leitura para todas as idades. A penosa caminhada de uma toupeira na busca de um incontinente. Os miudos acham piada à poia escarrapachada na tola. Os graúdos encontram a analogia perfeita às peripécias de um quotidiano onde há sempre alguem a cagar de alto. Só ainda não percebo porque é que fizeram aquilo à toupeira. Alguem se agaixou para largar uma valente cagada na cabeça da bichinha. Há doidos para tudo. Até para editar um conto infantil sobre desarranjos do esfíncter.
Vamos aviar o Janecas
A pedido de muitas famílias e de uma legião de indefectíveis, vou passar a postar, a ritmo moderadamente diário (fica assim para não me comprometer), a acidental vivência de um grande cromo. Januário Bonsucesso é um bacano de sangue vermelho, como todos os comuns, mas tem a mania das grandezas. Ou melhor, das limpezas. Por ele, desinfectava a crosta terrestre da populaça impura. Por ele, ninguém passa pela filtragem. Por ele, o crivo já não tem uso, entupido pelas pelosidades. Passa a vida a peneirar, em nome de não sei o que. Vai-se lixar. É doido. Um triste. É daqueles que dá vontade empalar em cerimónia pública. O que mais irrita é que consegue esgueirar-se aos linchamentos. Pior ainda. Instiga-os com sucesso. Mas é toda a gente tapada? Não há por aí nenhum iluminado capaz de aviar um arraial de porrada ao Januário? Vocês deslarguem-me. Vocês deslarguem-me que eu vou-me a ele. Olha que levas uma murraça. Ai levas, levas. Arrebento-te essa boca toda pá. Levas um tratamento que ficas a cuspir marfim nos próximos dez anos.
Para quem quiser acompanhar a trama, siga o link Januário Bonsucesso.
(a capa é obra da amiga C. Uma artista. Ou melhor, um génio do design gráfico. Como eu não percebo nada dessa treta, qualquer designer gráfica é acima de génio. Obrigado Einsteina)
Ai Zé que ainda te constipas
Desculpem o lugar comum, mas o Zé é uma das figuras incontornáveis da música popular portuguesa. Até emergir o fenómeno Emanuel, esta era a forma polida de catalogar os pimba da nossa praça. Sempre curti o Zé. Podia estar escuro como o breu, mas não largava os Ray Ban. Podia estar uma ventania medonha, mas o chinó não despegava do cocuruto. Depois do Quarteto 1111, foi sempre a rebolar por aí abaixo. Nos princípios da década de 90, caiu na tentação de chafurdar lá no fundo do poço e brindou-nos com esta pérola peluda de nú artístico. Não satisfeito, ainda quis defender a causa junto do Miguel Esteves Cardoso. Está bem que o rapaz dos abanos abusa do malte, mas num estado aparentemente sóbrio lá deixou a pergunta ao Zé. Para quê um quadro se chegava uma caneta BIC?
segunda-feira, maio 22
Wild Women Blues
São três moçoilas entradotas e de formas roliças. Têm uns vozeirões do caneco. Tão do caneco que emprestam os respectivos dotes para um sem número de tributos ao Ray Charles. Estão a ver, não é? Aquele rapaz de sonoridade aguda e cristalina, que os ouvidos desatentos confundiam muitas vezes com o Il Castrato Farinelli. Ora Linda Hopkins, Maxine Weldon e Mortonette Jenkins (assim reza o baptismo das senhoras) passaram pelo renovado Campo Pequeno para a tourada dos óscares lusitanos. Foi uma pega linda pá. Só não era preciso aquele acesso altruísta da Barbárie Vimaranes. Mas que raio... para que era preciso outra muleta se já lá estavam duas robustas septuagenárias a amparar a velhota do meio?
Olha o maneta
Ao longo da vida, vamos tendo momentos que não desgrudam das memórias. Na sexta-feira passei por um deles. Um raro episódio de afecto nos sinuosos laços familiares. Na sexta-feira, vi os Gato Fedorento junto de minha sogra. Esponjada num puff que já tem a esferovite toda f*****, a pobre mulher não deve ter percebido um boi. Lá no tempo da outra senhora, era o Evaristo que desencadeava a risota. Muito se passavam eles com a ginástica sueca do Ribeirinho e do Vasquinho. Ui ui. Isso sim é que era. Piadas das giras. Não é como agora que é só asneiras.
- O que é que ele está a dizer?
- É uma entrevista, dona A.!
- Mas não tem um braço?
- Pois...
Afinfa-lhe
- Eh pá... olha-me para estas cores garridas
- Porra, que grande matulona
- Gosto especialmente destes ares naif
- É mas é pena não se verem as mamas
- Hmmm... aquela sugestão de tentar ao pecado
- Levava já com ele
- Mas tu só pensas nessa merda?
- É que aviava já aquela bilha
- Não percebes nada disto pois não?
- Será que consegue ajoelhar-se com aquela fatiota?
- Desisto!
- O que é que queres? Abrem-se-me os apetites com as sereias... ora carne, ora peixe
Vem aí o Fanã!
Ando há dois dias a desmoer a notícia. Estou há dois dias em período de nojo. Deixei de ser do Benfica. O meu coração inflamou de indignação e esturricou a minha afinidade clubística. Foram buscar o Fanã. Reza a história que é benfiquista desde que a orgânica o elegeu para zóide. Onze meses depois de arrombado o ovário, já acompanhava o progenitor nas lides pela Luz. Vieram-me as lágrimas aos olhos. Queria alguém melhorzinho, mas calhou-me este na rifa. O Orelhas dos Pneus e o Transmontano Portista passaram-se. Fizeram-me um favor. Deixei de ser do Benfica. Pelo menos não vou andar mais 11 anos a marrar nas paredes. Quer dizer... pode ser que em Janeiro a coisa se corrija e lá venha um tipo competente. Até lá... deixei de ser do Benfica.
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