sexta-feira, fevereiro 9

Abort(r)etas

Com a campanha do referendo a esgotar os últimos argumentos, fui acompanhando atentamente a porradaria verbal entre as duas facções. Entre o fogo cruzado de bazucas e misseis nucleares, fui apanhado de ricochete por uma ou duas pérolas que deviam alindar os futuros manuais escolares, sobretudo nas três escolas do país onde se lecciona Educação Sexual. No meio deste bombardeamento, retive um alerta que, apesar de aparentemente espatafúrdio, faz todo o sentido. Alertou o Não que o aborto, se despenalizado, pode banalizar-se como consequência de alguns ajustes estéticos para mulheres menos abonadas e com parcos recursos financeiros. Denunciam alguns nãos que, sem capital para cobrir uma intervenção plástica que lhes insufle os peitorais rasos, algumas raparigas apressam-se a engravidar. E porquê? Na esperança de acicatar as adormecidas glandulas mamárias. Com o processo hormonal em curso, e ganhas duas copas no soutien, as outrora tu-sais-ao-pai enchem os novos peitos de coragem e alinham no desarranjo. No vão de escada de uns bairros sociais lá para as Mercês, a enfermeira Guilhermina, técnica de saúde já aposentada, lanceta o feijão com a precisão cirúrgica de uma septuagenária et voila, ganham todos. A rapariga um par de mamas sem adicção de químicos, silicones ou latexes. A dona Guilhermina uns trocos que fazem muita falta ao governo da casa. E finalmente, o boletim de voto uma cruz no Sim à despenalização

1 comentário:

Carla disse...

cá para estes lados, é um NÃO sff!