quarta-feira, dezembro 6
Fúria major
Depois do Clark, falo-vos hoje de outra distinta personagem que saltita no meu quotidiano. O Major Alvega é mais um cromo aqui da praça, que também contribui para as delícias do meu dia a dia. De bigode negligê e popa disciplinadamente arrumada no topo da testa, o Alvega trata-se bem na companhia do mulherio. Ainda há dias, a minha amiga R. recebia com indisfarçável estupor a informação que o Alvega trocava de companheira ao ritmo da muda de peúgas. Admirava-se a minha amiga sobretudo por uma particularidade um bocado desconfortável: para soletrar um simples "bom dia", o nosso herói perde cerca de 3,41 minutos. Umas turbinas mal oleadas originam-lhe graves problemas no discurso, que sai sempre mal amanhado. Despeja sílabas aos solavancos. É uma aflição codificar o discurso, que no conteúdo oscila entre o enfadonho e o insurrecto. Num planeta de incompetentes, sobra ele, um gajo que de manhã apura o paladar com torradas barradas a azeite. Além da sinuosa oralidade e dos gostos excêntricos, o Alvega tem outra particularidade que um dia despertou a atenção do Tó Mãozinhas. Uma mancha azul na testa, que se dizia, à boca fechada, ser resultado de um rebentamento de uma mina na guerra colonial. Ora o Tó, conduzido pelo faro alcoviteiro, perdeu a vergonha e foi indagar junto do próprio. Sumiu da sala e, cinco minutos volvidos, reapareceu, de tez ruborizada e aparência invulgarmente mansa. Lá no infinito, alguém encravava teimosamente em gritos de cólera. Ainda hoje o Alvega tenta completar a ameaça, creio que "eu vou-te aos cornos!!", mas entretanto o Tó reformou-se
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3 comentários:
e que belos episódios, as discussões do Tó e do Alvega!!
Tou a ver q por esses lados há animação diária...
a tua pala nunca mais me vou esquecer dessa personagem!!lol
beijinhos
a estagiaria ;)
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