Recentemente, o destino apresentou-me um complexo desafio de decoro. A prova arrancou assim que coloquei os coutos num estabelecimento comercial. De súbito, apareceu-me uma Sylvie Dias de farda decotada, cheia de fernicoques e sorrisos. Estava à vontade para dispor dela. Primeiro pretexto para o imperativo imediato que gelasse a imaginação fértil: conceber a eurodeputada Ana Gomes fantasiada de Herman José... ou o Herman José transvestido de Tia Caturra, que vai dar à mesma coisa. Adiante! Lá respirei fundo, literalizei a simpática disponibilidade e deixei-me de obscenidades. Disse-lhe então ao que vinha, motivo que a estimulou a aproximar-se um nadinha mais, quase colidindo com a aura de minha propriedade. Como aquela existência esticava para lá do 1,80, a desnudada área cardíaca afrontou-me os argumentos ópticos. Preparava-me para desfalecer quando descortinei novo ponto de referência. Qual bálsamo que me reanimou as fraquezas. A menina sustentava um nutrido e farpado buço, polvilhado de perolazinhas transpiradas pela derme. Um género de purpurinas orgânicas, que lustravam os vigorosos pêlos. Prestes a denunciar-me pelo paralizado fito naquele exagero, retive-me no vazio. Reflecti na ténue barreira do fascínio. Ora lânguido, ora enfermo. O que bonito nos possa parecer, no couro pode desfalecer. Ou, por outras palavras, nem tudo o que parece transpirece
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1 comentário:
depois de saber qual era o estabelecimento comercial vejo-me compelida a dizer-te para lá voltares as vezes que quiseres ;o))
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