quinta-feira, julho 6

Despojos do dia

Imaginem que estão a aliviar-se na casa de banho. Imaginem que, de repente, alguém irrompe pelo privativo e pede para acompanhar os trabalhos. Imaginem agora que, concluído o serviço, o penetra chama a família toda para uma salva de palmas ao presente. Imaginem hurras e vivas ao fedor depositado. E depois, cantiguinhas. Estão a ver? Cantiguinhas. É este atentado à dignidade humana tipo-do-género Guantanamo que me preocupa lá no infantário da miúda. Assim não, senhora educadora, assim não. O cocó da minha filha é coisa intima. O alívio do meu rebento não é espectáculo circense. Não se pode esmigalhar assim o tenro espírito de uma criança. Daqui a uns anos, levo-lhe o envelopezinho com os recibos do psicanalista e do Dulcolax

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