quinta-feira, julho 13

Tumulto das ideias peregrinas

Se há termo que me arrebita, esse termo é indiscutivelmente brainstorming. Tem uma fonética sinuosa, que seduz de pronto o ouvido. Ainda por cima, consegue encaixar dois termos que acasalam muito a custo (imaginem uma enxurrada de massa encefálica). Depois, tem esse grande mérito de identificar um ritual peculiar. Atafulha-se numa sala uma série de iluminados com crise de brancas e espera-se que a salganhada de alegações e contra-alegações resulte numa ideia peregrina. Dizem que o Viagra nasceu de uma orgia intelectual do género. Cinco funcionárias da limpeza fecharam-se acidentalmente num escritório da empresa que as avençava. Sexta-feira à noite, sem ninguem que as acudisse, passaram o fim-de-semana em prelecções do infeliz quotidiano. Afeiçoaram-se à vassoura e fantasiaram sobre um milagre que oferecesse um colorido azul celeste à insatisfação doméstica. Sem o brainstorming não brotavam estas coisas acidentalmente bonitas

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