sexta-feira, junho 30

Posh Maga

Desunhava-se para furtar a primeira moeda do velho Patinhas. Arrombou a Caixa Forte com os feitiços mais devastadores, mas a medalhinha da fortuna voltava sempre ao velho avarento. Na altura, já achava que o bem devia dar umas abébias e deixar o mal ganhar uma vez por outra. Aquele aspecto dark-vamp puxava-me ao sentimento. Folheava os livrinhos na ténue esperança que a bruxa gira ia ser premiada pela obstinação. Não levou nadinha. Por muita mistela caseira cozida no caldeirão, o resultado era sempre penoso para a pata. Cansei-me de tanto vexame e larguei o vício dos patinhas. Perdi-lhe o rasto. Até que a Victoria lhe plagiou a cabeleira, embruxou o manager e conseguiu uma vaga nas raparigas (des)temperadas

quinta-feira, junho 29

Ode à PAF

Estou a postar de livre e espontanea vontade. Ninguem está a coagir-me a escrevinhar. Toda a letra conjugada é fruto da minha inteira iniciativa. Alvíssaras, alvíssaras à PAF (parte activa na filantropia) e à sua perícia negociadora. Salve, salve à engenheira do softwear, à malabarista informática, à erudita da linguagem analógica e à magnânima existência anexada. Ainda não? Ajoelhar? É mesmo preciso? Pronto, pronto! Prostro-me diante o incomensurável perfil da versão feminina do Prof. Pardal, a quem falta apenas um Lâmpadinha à altura. Chega agora? Já podem baixar os canos serrados?

Justiceiro Fernando

O Nando das rotundas quis correr com os fiscais do ambiente. Caiu o Carmo e a Trindade. Maria Madalena também foi apedrejada e não deixa de merecer o repúdio de qualquer cristão que se preze. Pelo contrário, o grupo de atiradores que fez pontaria à tola da rameira que desencaminhou Cristo continua a ser louvado pela atitude higiénica. O Nando tem muito mais bom ar que aqueles palestinos justiceiros. Veste fato e gravata e colora o escalpe e o buço com castanho amendoado escuro. Se os viseenses arremessassem os paralelos aos chatos dos fiscais, ficava tudo bem na mesma. A Cidade do Viriato mostrava como os irredutíveis lusitanos correram com os romanos, ensinava-se às crianças como germinou o território nacional e o Nando acabava condecorado. Há gente que faz uma tempestade num copo de água. E aquilo do apedrejar foi entre aspas.

quarta-feira, junho 28

Skill Box

J. Dedinhos de Oiro (JDO) é um género de Cristiano Ronaldo dos jogos cretinos. Quase sem se dar por ele, dá umas reviengas aos adversários e fica sempre em primeiro. À custa da superior técnica dos dedos sobre as teclas, JDO ganhou o campeonato do Bill Gates e vai ver à pala do modesto empresário o Alemanha-Argentina. Morfes, cervejas e mênduins. Tudo à borla. Naquele cabaz de prémios, JDO já não tinha mãos para uma consola de última geração. Mas porra, se já tinha ganho o direito de ver o jogo mais esperado do Mundial. E pronto. Deu largas à filantropia e ofereceu a caixa ao jogador que tinha dado provas de maior astúcia na Liga Microsoft. Teve lances infelizes, muita bola na trave e decisões incoerentes da arbitragem. Por isso, só por isso, teve de suar as estopinhas para não descer de divisão. Mas salvo os factores extra-competição, foram dele, inquestionavelmente, as prestações mais memoráveis da prova. Foi inteiramente merecido o prémio de consolação. O Alemanha-Argentina espreita-se num cafezinho mais próximo

Carregada de porrada

Foram quase seis anos a servir de saco de pancada a um grosseiro com nome de roedor da Disney. Face às inúmeras fracturas faciais e consequentes cirurgias correctivas, até nem está muito mal. Um exemplo de envelhecimento moderado, que não deixa grande margem para o escárnio. Está documentadamente velha, mas insiste em permanecer bonita. Só ainda não consegui descortinar o que viu no pugilista falhado. A orquídea murchou com aquele tratamento à chapada. Revigorou-se com o divórcio e ainda oferece o corpinho em desfiles para quarentonas

Sórvisto

A minha amiga S. deu-me ontem o lamiré, mas eu juro que não tinha reparado. Parece que uma marca de rebuçados-com-uma-palhinha-espetada apostou recentemente numa mega campanha urbana. Eu juro que não reparei, mas parece que afixaram uma série de cartazes obscenos. Se atentarem à imagem anexa, pode muito bem ocorrer-vos uma javardice. Se experimentarem condimentar o pensamento porco com uma coçadela na micose da virilha, então escapam de pronto duas indecências. A coisa passou-me ao lado, mas parece que o mentor da referida campanha estava inspirado e engendrou um lema original. Com a imagem da moranguinha Diana a sorver o caramelo, desafiou toda a gente a experimentar as delícias das chupadelas. Por este andar, ainda institucionalizam as badalhoquices exclusivas dos machos e os piropos perdem a piada toda. Mais uns dois anitos, dizer impropérios passa a ser um direito constitucional. Todo o cidadão tem direito a verbalizar a seu gosto qualquer referência ao manuseamento labiar para fins lúdicos

terça-feira, junho 27

Código Morsa

Vai uma charada?. Estavam mal habituadinhos, hein. Proponho aos meus caros amigos que se foquem no toma lá agora e tentem acertar no como era. Difícil? Dicas? Mas vocês não fazem nada sem ajudinhas? Ai, caramba. Pronto, então vamos lá dar um empurrãozinho. No filme que a projectou, deram-lhe tantas deixas quantas as do Sylvester Stallone nos três Rambos juntos. Deixou as hormonas todas enfarilhadas a um pacato pai de família. Quando a viu equipada à Benfica perdeu a compostura e quase desgraçou a vida. Aos que resistiram estoicamente à película na esperança que aquilo desse alguma cambalhota de jeito, esta artista ofereceu um pedacinho de nádega quando o casalinho se preparava para os finalmentes. Na vida real, ficou caídinha pelo Esteves Marmoça

"Entre"

Das várias expressões macambúzias, há uma que não consigo digerir muito bem. Entre aspas. É recurso para camuflar parvoíces. Uma cobardia. Atira-se uma atoarda e depois é como tentar apagar um incêndio com uma mijinha. Isto a propósito de uma recente entrevista, daquelas intimistas em-jeito-de-confidência, do guarda-redes Ricardo. O homem que esmurrou toda a bola bombeada pelos holandeses, explicava ao rapaz do microfone que isso do sofrimento é muito relativo. Lá dentro das quatro linhas, "os jogadores cegam, entre aspas, é claro". Ufas. O benfiquista revirado lagarto pregou-me um ganda cagaço. Eu a pensar já numa encomenda de 11 pares de lunetas. Mas afinal era tudo metafórico. Sim, porque em Nuremberga morreu o Ricardo mãos de manteiga. Entre aspas.

Chuva no molhado

Oh Caniço, cortaram-te o toutiço, uóuóó
Oh Caniço, cortaram-te o toutiço, uóuóó
Oh Caniço, oh Caniço, oh Caniço cortaram-te o toutiço

Vá, agora todos

Oh Caniço, cortaram-te o toutiço, uóuóó
Oh Caniço, cortaram-te o toutiço, uóuóó
Oh Caniço, oh Caniço, oh Caniço cortaram-te o toutiço


Palminhas, palminhas, palminhas

segunda-feira, junho 26

Moelas

Hoje improvisámos ao almoço um workshop sobre filmografia. A conversa descambou para o revivalismo e fomos parar à Linda Lovelace. Sim, aquela da película pioneira, que padecia de uma ligeira deformação anatómica. Sinceramente, sempre achei a rapariga um bocado feiosa e desnutrida. No dito festival de karaoke, fiquei sempre muito mais embeiçado pela enfermeira recepcionista. Fazia um ar de frete e tinha aquelas dentolas de meter medo, mas era criatura apessoada, peituda e de compleição vigorosa. E o pedacinho de fardamenta por cima daqueles atributos todos assentava bem à desenvergonhada. Mas a fama ficou todinha para o Amor d'Atacado.

Ba(c)h, Catarina

Vão desculpar-me os mais impressionáveis, mas não resisto a outro antes-e-depois. À vossa esquerda, a mocinha pernas-escaldantes, prima de dois prego-a-fundo, que desatavam em correrias malucas por Hazzard. Num determinado ano lectivo, esbanjei o orçamento em cadernos e dossiers com a fotografia estampada da moça. Passava cada episódio dos Dukes à espera que a Catherine galgasse a porta soldada do General Lee, o bólide laranja. Em alguns desses épicos momentos aeróbicos, podíamos descortinar o potencial nadegueiro do espécime. Agora, à vossa direita, o que resta da obra-prima. Um rascunho mal-amanhado do original e encardido com a poeira das décadas. A eternidade é efémera e arenosa... escapa-nos pelos dedos

domingo, junho 25

Vitamina C

Portugal é quase campeão
O árbitro é mesmo ladrão
A Holanda já foi de avião

E quem se ri é o Felipão
Oh Kunhas, levei-te a bandeira emprestada. Depois devolvo-te dia 09, lá em Berlim.

Game Over

Vivi intensamente a pré-história dos videojogos. Era um ai Jesus para carregar aquela brincadeira, mas um alívio brutal quando os tracinhos azuis e amarelos começavam a correr desenfreadamente pelo ecran. Era um agarradinho. Deliciei-me com o Ping Pong, o Rick Dangerous e, creme de la creme, o Space Raiders. Passava horas a disparar aos marcianos. Transpirava de tanto dedilhar. Deitava-me com os clicks a batucar no cérebro. Acordava a pensar naquilo. Nem comia para voltar a correr a cassete. Um certo dia, foi tudo para o galheiro. A tecla do caps lock cedeu finalmente à tensão competitiva e o Spectrum ardeu. Seguiu-se o penoso período de privação. Só me lembro de ter chorado tanto quando o Veloso falhou o penalty que ofereceu de bandeja a Taça dos Campeões Europeus a uns holandeses

'tivestes uma beca mal

Lá dentro, oitenta por cento dos finalistas do secundário preparava-se para a tradicional nega no exame de matemática. Cá fora, uma professora gozava de uma pausa, depois de ter apalpado o respectivo grupo de pupilos em busca de papelinhos suspeitos. Como o país carenciava de esclarecimentos, a senhora pos-se a jeito da objectiva e lá mereceu uns segundos de exposição mediática. Que sim, pois claro, os exames de matemática são um castigo para os alunos. "Isto é muito mais pior", desabafou a licenciada, preparando mais uma greve em cima de um feriado-véspera-de-fim-de-semana.

sábado, junho 24

Bang, bang

Podem teimar comigo e contrapor-me resmas de actores, mas nenhum ombreará com o Lee. Este senhor é o ícone do supporting role. Todas as muletas deviam ter a chancela do western spaghetti guy. Como nos habituámos a chamar Gillette às lâminas de barbear, também a arte da representação secundária devia ser identificada simplesmente por Van Cleef. O que seria do bom do Clint sem este vilão? O carisma viperino do Angel Eyes carregou o Blondie da cigarrilha às costas. Até Darth Vader passar a encabeçar a lista das most hated movie characters, era este o mais graduado dos odiosos. Sem máscaras, efeitos especiais ou respiração de asmático a quinar-se. Bastava aquele olhar semi-cerrado e as narinas rapinantes a farejar o medo entre a plateia. "Being born with a pair of beady eyes was the best thing that ever happened to me", ah pois é.

Paliteiros de meia-noite

Um desporto de rufias praticado por gentlemans. Há uns anos atrás, era assim que um entendido na matéria me descrevia apaixonadamente a essência da jogatana com uma oval. Hoje fui ver os portugueses com os argentinos e não me deu nada essa sensação. Chiça. Nunca vi tanto piton entalado nas frestas dos dentes do opositor mais a jeito. Num jogo de futebol, metade estava no olho da rua aos 20 minutos. Aquela relva toda nas solas deve-lhes fazer impressão e vai de esfregadela de meia-noite nos costados dos adversários. Perdemos com as reservas dos sul-americanos mas na pantufada a coisa esteve muito ela por ela. O mais impressionante é que no meio daquela canelada não foi nenhum armário para o estaleiro. Neste particular, as meninas do esférico redondo têm ainda muito que aprender. Basta uma rajada de vento que começam logo a rebolar-se pelo terreno. As maciças mobílias do râguebi não são definitivamente gentlemans, mas uns rufias à séria.

sexta-feira, junho 23

Eat my dust!

Foi o meu primeiro bólide... vruum, vrruumm. Foi um fiel parceiro naquele Verão Quente de 93. Sim, quando o Zé Veiga (esse mesmo!) desviou o Paulo Sousa e o Pacheco para os lagartos. Todo o santo dia, lá ia eu vrruuuumm, vruuum de coração destroçado, comprar o jornalinho para conhecer os novos episódios da tragédia. A meu lado, o Honda 600 vermelhinho... vrruuumm, vruuuummm, para condizer com o credo e o sangue que me escorria do coração. Um empresário emergente e azul-e-branco dedicou-se a esventrar a equipa encarnada. Roubou-nos o Paulinho, o patudo do Pacheco e quase nos levava o João Pinto (que lá foi para Alvalade na fase decadente) e o Isaías. O Cintra queria os artistas de borla, mas uns anos mais tarde teve de desembolsar umas valentes milenas pela dupla-maravilha. Tive pena que o Honda 600 tivesse sofrido entretanto um empanamento letal. Na tardia vitória sobre a pérfida lagartagem, não pude dar-lhe um abraço revivalista e agradecer-lhe as penosas boleias até à tabacaria. R.I.P, little red wave... vrruuuuumm

Campeão diplomado

Os meus progenitores estiveram a limpar as teias de aranha lá nos cafundós e descobriram verdadeiras pérolas do meu passado. Entre os vários documentos históricos, um diploma de presença no primeiro triatlo escolar organizado em solo português. Vivia a minha curta digressão pela instituição religiosa da Estrela e decidi alinhar no evento. Só para desenjoar dos sermões e dar vazão ao musculo da perna. Alguns totós defendem que o importante é participar, mas o que verdadeiramente interessa são os resultados. Os meus foram fantásticos. No total dos 250 metros de piscina, 10 km em duas rodas e 2.000 metros de correria um tempo magnífico de 2:02 horas. Este registo chegava para a nossa Vanessa atravessar dois oceanos, mas não vamos esquecer que a versátil modalidade dava os primeiros passos aqui no cantinho da Europa. Ganhei os fundamentos da alta competição, posteriormente desenvolvidos em lúdicos sonhos no conforto da cama

quinta-feira, junho 22

Pela fresquinha



- Xiii, olha ali
- Quéquilo?
- Uma senhora em topless
- Topéchi lêtinho
- E agora vem aí outra
- Dôdi, dôdi?
- Ali, ali. Olha-me aquele backside
- Gande... cocó gandee

quarta-feira, junho 21

Esta é Páti

Demos um tratado de bola aos centro-americanos. Só não foram mais porque o anti-desportivismo desceu as bancadas e entrou pela pequena área mexicana dentro. Foi precisamente na altura em que Simãozão entregava a bola redondinha para Nuno Gomes, quando um mariachi apelidou o goleador encarnado de maricon. O homem, que até se prepara para nova boda, levou aquilo a peito e lá foi charutada direitinha ao terceiro anel, onde se localizava precisamente o engraçadinho. É verdade que o homem afinfa-lhe com amaciador logo depois do shampoo, mas perguntem lá à Esméria ou à Patricia Aguilar se o rapaz não cumpre. Perdeu um golo feito, mas pontapeou a desonra.

Oh Robbi, vai-te embora daqui

Há gente que não pode ver nada. Há gente que copia descaradamente. Há gente com muito pouca originalidade. O nosso Zé Cid foi o primeiríssimo pop-star a avançar com a brilhante ideia de mostrar o peito felpudo e todos os outros atributos por aí abaixo. Depois, vêm logo estes mesquinhos decalcar os génios. Afinal, quem és tu Robbie? Um magala, feijão-verde, recruta abaixo de zero. O Zé é zarolho, mas tem ideias primeiro que tu. E olha lá... onde é que meteste o CD?

terça-feira, junho 20

Sobre rodas

Um documentário hilariante que trata potenciais coitadinhos em reais bestas. A selecção paralímpica norte-americana de murderball, um género de râguebi em cadeira de rodas, acaba de dispensar o seu Eusébio. O problema que é a estrela, já entradota, digeriu mal a reforma e ganhou um ódio visceral à pátria. Resultado: fez as malinhas e ala para o inimigo Canadá. Toma conta da equipa nacional e prepara-se para a desforra com os compatriotas. Depois, é como se o nosso Pantera Negra puxasse histericamente por España desde a área técnica do banco de suplentes de nuestro hermanos. Pior ainda. É como se Eusébio se colocasse discretamente na linha lateral e pregasse uma valente rasteira ao supersónico Nuno Valente. Fora dos recintos, e dos calduços à traição do treinador ressabiado, os membros da selecção dos EUA são uns playboys. Garantem que as raparigas se afeiçoam ao charme de uma cadeira de rodas de alta competição. É vê-las, pobrezinhas, preocupadas com aquilo e se o dito cujo funciona. É ver, que vale mesmo a pena.

segunda-feira, junho 19

Burros mas engenhosos

Parece que as nossas faculdades andam a produzir maralhas de corruptos. Um recente estudo indica que os nossos dôtores são muito (chicos) espertos e pouco inteligentes. Mais de metade confessa que só a arte do copianço lhes vale o diploma. O mesmo estudo relaciona o recurso às cábulas com o fraquinho pelos euros. Ou seja, 62,4 por cento dos licenciados são potenciais corruptos. Levou tudo as mãos à cabeça. Não pelo risco de grande parte dos diplomados não perceberem puto do que exercem, mas pela vergonha de sermos dos europeus que mais facilita em troca de um maço de notas.

- Parece que já temos um diagnóstico.
- Então senhor doutor, é grave?
- Isso é o que vamos ver...
- Cura-se?
- Por 250 euros arranjo-lhe uma enfermaria com televisão. Por 500 uma cama ao lado da janela. Mas por duas semanas nas Maldivas, receito-lhe uma mezinha da minha avó e amanhã já anda a trepar pelas paredes.

domingo, junho 18

Kill Lia

Lembro-me de subir a rua das Janelas Verdes e de procurar pela porta do Kilas. O filme sobre o intruja de bairro foi o primeiro mega-êxito de produção interna e elevou Lia Gama ao estatuto de sex-symbol. Pepsi Rita, artista de cabaret, cobria as despesas do malandro, que por sua vez copulava com a dita na casa da madrinha. Tínhamos também a escanzelada da Paula Guedes, aviada num armazém por um bando de rufias em cima de uma mesa. Fonseca e Costa antecipou os condimentos de uma pelicula comercial e ofereceu-nos porradaria, sexo e mamas ao léu, com muita graça à mistura. Depois, o cinema português estagnou e só alguém se lembrava dele quando o soneca Manoel ganhava prémios lá fora. Hoje, toda a gente se baba com a Soraia, que ofereceu o corpinho para se enrolar com o padre. Eu quero ver daqui a 25 anos, quando aparecer na TVI a fazer de avó da protagonista de 17 aninhos, que engravidou do alegado irmão

sábado, junho 17

Óculos sem pilhas

Das profundezas da Amazónia, um humanóide anfíbio espalha o terror por um grupo de investigadores excursionistas. A trama agudiza-se quando a besta rapta a noiva de um dos aventureiros. O Monstro da Lagoa Negra, uma produção de 1954, foi a obra escolhida pela RTP para gozar com os contribuintes. Já lá vão mais de 20 anos. Os óculos 3-D esgotaram em três tempos e o país parou a metro e meio do televisor. O fiasco só não ganhou maiores proporções porque ainda se fazia o rescaldo às contas da Dona Branca. Ainda para mais, toda a gente esperava pelo resultado do sorteio realizado entre todos os pacóvios que adquiriram os óculos. Uma televisão a cores para os quase 10 milhões que ainda hoje padecem de tremuras na retina

Décima a décima, até ao caneco

Estou preocupado. O mister tinha avisado que bastava meio a zero. Mais uma vez, as quezilias emergiram e os nossos meninos trataram de contrariar o timoneiro. Frente à futura potência nuclear iraniana, os consumo-dependentes aviaram uma cabazada por dois golos sem resposta. Pelas minhas contas, gastaram-se 1,5 golos que podem vir a ser necessários na caminhada até Berlim. Espero agora que com o México moderem o instinto matador e despachem os centro-americanos com um 0,25 a 0. Chega a sobra para os deixar pelo caminho e até pode ajudar a uma heróica qualificação angolana. Quanto aos goleadores, tenham tino e poupem a artilharia para Holanda, Inglaterra, Brasil e, na final, os toscos dos argentinos. E ficam a faltar cinco...

sexta-feira, junho 16

Tubaralho

Fomos ao Zoo (plinc, plinc). Pior que a molha mesmo no finalzinho (plinc, plinc), foi aquela pouca vergonha. Para começar, 2.500 escudos por cabeça (plinc, plinc) e sem uma data de extras. Não havia golfinhos (plinc, plinc). Ou melhor, havia, mas os delfins só se dignavam a umas piruetas na zona de treinos. Milho aos pardais é o que foi (plinc, plinc). Depois, o elefante já não toca a corneta (plinc, plinc). Alguém se lembra de uma visita ao Zoo sem passar pelo mamute a fungar no apito? Fiquei todo encharcado e não vi o trombudo a fazer a gracinha (plinc, plinc). Mas há mais de menos. O pavilhão dos macacos perdeu a mística. Nos meus tempos de menino, havia um orangotango apalhaçado e um grupo de chimpazés peçonhentos que atiravam poias aos vidros (plinc, plinc). Isso é que era. Agora, um silêncio sepulcral. O único macacóide que resiste é um encorpado gorila que passa a vida a chonar (plinc, plinc). Na recta final da excursão, a nova coqueluche do espaço: a Quintinha. Sai-me um borrego das boxes com um corpanzil de meter medo (plinc, plinc). Mas ainda mais pavoroso, o lascívo par de túbaros a arrastar pelo pavimento. Aquilo tinha testosterona para dopar uma selecção olímpica inteirinha da ex-RDA (plinc, plinc). Foi por uma unha negra que não ocorreu à criança a pueril pergunta Qu'équilo? Para expurgar o incidente pornográfico, acabámos beatificados por uma bátega de água das antigas. Ainda pingo a benevolência divina (plinc, plinc)

Da Luz a Frankfurt

Foi comovente testemunhar o que estava reservado a Simão, Nuno Gomes, Petit e Quim. Umas centenas de indefectíveis juntou uns euros e ala para Frankfurt recepcionar à grande o quarteto de benfiquistas. Ao som do hino glorioso, aquele amontoado de gente brindou os quatro craques com a harmoniosa cadência que os elevará à condição de imortais, já no próximo dia 09 de Julho. A euforia amainou quando outros 19 badamecos se refugiaram na unidade hoteleira. Mas o alvoroço regressou pouco depois. Foi lembrada a ave de rapina que costuma planar por cá as penas antes de cada espectáculo encarnado. Vitória, Vitória, Vitória, gritaram, em imparável histeria colectiva, a ínfima parcela dos seis milhões. Um fenómeno sociológico este Benfica

Costas largas e muito calo nos pés

Nas vésperas da formalidade com o Irão, desatou tudo à bulha na equipa de todos nós. Dias depois de ter mandado o Deco para o estaleiro, Costinha veio dar graxa ao chefe e pediu para Scolari ficar. Parece que é o único treinador que o atura. Macambúzio, avisou que se deixarem fugir o brasileiro, Portugal dará dez passos atrás. O pior veio no dia seguinte. Figo deixou no ar o ambiente de crispação, rectificando em dobro o apelo do colega de equipa. Para o nosso capitão, não serão dez, mas vinte passos. Só espero que a marcha à rectaguarda não continue por aí fora. É que uma caminhada de regresso a casa ainda são uns valentes milhões de passos.

quinta-feira, junho 15

Hit the road Tony

You're in me
Wherever i go
Wherever i walk
Whatever i do
I do it dreaming of you
All the time



If i look to the sky
I find your eyes in the deep blue
If i look in the moonlight
I find you in it's brightness

I spend my life dreaming of you
I spend my life thinking of you
In everything i do or say
In everything i dream or live
You're allways in me

You don't leave me
Of my thoughts and my heart
I really don't know
If you're real or just an illusion
If i'm healthy or insane

If i look to the sun
In it's light i see your eyes
And your waves in the see waves
If you're away, you're present


Este homem esgota o Pavilhão Atlântico com excursões desde Pampilhosa da Serra. Este cantor português consegue lotar o mítico Olympia. Muito sinceramente, se cantasse em inglês e investisse num implante para substituir o inestético chinó, o Tony vendia muito mais que o Robbie Williams

Vruum, vruuummm

- Vamos dançar?

- Eu até ia, mas tenho o lombo todo dorido

- Coitado. Caíste?

- Nãã... fiz 200 voltas ao circuito de Palmela

- Tantas?! Não é muito?

- Muito? Mais 100 e entrava nos dez melhores de sempre

- Mas isso dá prémios?

- Prémios não, mas dá prestígio!

- Falta-te muito?

- Uns centésimos. Se não tivesse galgado aquele separador na curva 7

- Ooh, que pena. Qualquer dia levas-me a dar uma voltinha?

- Tás doida, estragas-me a média

Paleio de (des)engate de Ercílio Pistões numa garage party há 20 anos atrás

quarta-feira, junho 14

Pêlo sim, pêlo sim

Engane-se quem pensa que David Beckham é o grande culpado da mariquice que grassa no futebol. Antes do cônjuge da Posh Spice, já uma catrefada de jogadores depilava as pernas, empaturrava-se de creme hidratante e retocava semanalmente as guedelhas no cabeleireiro do bairro. A prova viva dos cuidados estéticos está registada numa interessante compêlação de Cris Freddi. Com as tendências revivalistas, que insistem transformar a moda num ping pong de estilos, pode ser que se arranje umas ideias para um corte early nineties. Pena que a colectânea se resuma (para já) ao futebol inglês. Lima, um brasileiro com duas botijas no rabo e uma poupa de dois palmos, passeou o par de troncos pelos relvados da Luz. Tinha um dom especial: transformar uma derrota (raríssima) do Benfica numa hilariante Stand Up Comedy. Levanta-te pá... levanta-te. Ganda boi!

UglymotHerFucker

Só ao fim de 20 anos a esgalhar em ultra high frequency se fez merecida justiça ao Jim Morrison português. Foi jockey em cavalos de corrida, subiu e desceu a Rua do Carmo a garujar mulheres bonitas, foi um mau rapaz na tua cama, fugiu com a Maria depois de a sequestrar à janela. Eu sei lá, fez tudo para ser famoso. Que me lembre, só não pousou nu com um CD de bronze nas partes badalhocas... mas hesitou. O empenho musical do homem com musgo nos dentes foi premiado finalmente no dobrar do milénio, com o mega-hit Sou Benfica. O penta-platina continua a batucar nas colunas de seis milhões de aparelhos. Já comprastes?

terça-feira, junho 13

FAz-se boa púbiscidade

Ainda mal refeitos da Pasta Medicinal Couto, tivemos de gramar com o Feno de Portugal. No meu tempo, os anúncios televisivos eram ridículos, aborrecidos ou cópias descaradas de genéricos. Vide o exemplo do spot do sabonete, que me lembrava amiude da Casa na Pradaria e aquela família toda a rebolar por ali abaixo. O FA acabou com o vergonhoso monopólio do sabão de aroma a lavanda. Era líquido, cheirava muito melhor e recorria a umas senhoras em pelota para passar a mensagem. Ramificou-se a ideia por tudo o que é produto comercializável. Hoje, até tinteiros de impressoras têm a chancela de garotas em tanga. Uma pouca vergonha... para o escriba mariquinhas do IMDB

segunda-feira, junho 12

Passarinho ácido

Quando passou em Portugal, desencadeou um pequeno turbilhão político devido às alegadas cenas explícitas. Depois do filme, o administrador da televisão pública pediu desculpas pela exibição de tal conteúdo, que transformou um incidente menor num mediático tema político. Nos dias de hoje, o rabo da actriz seria praticamente ignorado.

O excerto, traduzido à disparatada, figura na maior base de dados de cinema, o
IMDB. Não contesto os dados factuais, historicamente correctos. Agora dizer que hoje já ninguem repara no(s) rabo(s) da actriz(es) é uma falsidade desmedida, que deve ser denunciada. A rouca Monica Vitti, a eslava Barbara Bouchet e a voluptuosa Sabina de Guida eram três pitéus faz-favor e não mereciam o desdém do funcionário gay do Internet Movie Database.

Tramaram o Chico

A SIC acabou de mandar uns valentes milhões de euros para a sarjeta. Ou melhor, não foi a SIC, foi o Pauleta. O açoriano ainda disfarçou quando acertou nos painéis de publicidade aos 15 segundos. Mas aos três minutos cedeu ao instinto rapino e lá charutou para o fundo das redes. Portugal madrugou e ofereceu de bandeja um soporífero de 85 minutos. Resistiram, assim por alto, uns 400 telespectadores. Metade ainda foi espreitar a 2: para ver se arrebitava com a Ana Sousa Dias. Este zapping acidental remeteu a estação de Carnaxide para o último lugar das audiências. O Por Outro Lado agarrou os dorminhocos e resistiram duas centenas de sádicos, a torcer pela reedição da sarrafada de Alvalade. Mas os angolanos foram uns anjinhos, não houve fracturas expostas e lá prevaleceu o bocejo pela margem mínima. Nas ruas, uma dezena de materialistas vale-à-mesma-três-pontos buzinou. Alguns milhares de angolanos juntaram-se à festa porque acabaram com 11 e não apanharam com a "chapa cinco". E já só faltam seis jogos...

domingo, junho 11

Bocas de sapato

Como a tira postada atesta, o Bocas não tratava propriamente de bonecada infantil. Havia macacos que perdiam as mãos, coelhos que copulavam a ritmo disparatado e passarinhos esmigalhados por hipopótamos. Tinha piada. Só que a chalaça passou dos limites quando a malta achou que me assentava bem a alcunha. Sempre fui um rapaz robusto, mas nunca cheguei às proporções deste bovino. Mas pronto, os sapatinhos de camurça ajudaram à brincadeira.

No céu o limite, no chão um trambolhão

Começa hoje a homérica campanha que guindará os bravos lusitanos à tribuna VIP do Estádio de Berlim, a 09 de Julho, para erguer o caneco. Até lá, vamos espalhar nos relvados o virtuosismo que quase-quase nos garantia o título europeu. Apesar de chegar uma perna do Cristiano para desbaratinar toda a concorrência, os 23 guerreiros vão carregar no coração um decisivo suplemento energético para as conquistas vindouras. As sentidas palavras do nosso desterrado ex-primeiro, que em menos de uma semana visitou um par de vezes a selecção de todos nós. Em ambas as oportunidades, ocorreu-lhe a máxima dos predestinados: O céu é o limite! Ora Durão legitimava-se com os profundos conhecimentos de bola e o cortês trato com o esférico. A prova viva está no recente particular entre comissários e administrativos de Bruxelas. Durão envergava orgulhoso a braçadeira do lado dos patrões, mas estava em tarde não. A ganhar por 10-0, e temendo pelos empregos, os secretários da comissão começaram a facilitar. O caminho estava finalmente aberto, mas a redonda da bola traiu o alto comissário. A matreira armou-se em Petit, pregou uma rasteira ao capitão e lá foi ele num valente tralho do meio-campo até à baliza adversária. Não fosse a pérfida atitude da redondinha, este poderia muito bem ser o lance da reviravolta. Hoje, num momento de aperto, vamos todos lembrar o Zé Manel, que nos últimos seis meses tem tantos jogos nas pernas como o Costinha

sábado, junho 10

Entrou-me um gémeo para o olho

Pernas para que vos quero
Pela barriga que transportam
Andamento célere sobre os saltos
Apressa-se Rómulo, que Remo o seguirá
Gémeos que desvairam o olhar
Siameses deslaçando no caminhar
Ide ligeira para o lado de lá
Que de cá vos fito os contornos


Anónimo, ou um doido de bom gosto

Fui um galaró

Estava apinhado de miúdos. Metade fugiu quando o espectáculo começou. A entrada-feito-besta do espantalho das andas apavorou os pequenos. Foi berraria de meia-noite. Aquilo são modos de lançar o espectáculo?? São é maneiras de lançar toda a gente dali para fora. Livra, que até eu me acagacei todo. Ainda não estava reposta a função cardíaca, o coração voltou a palpitar desgovernado com a Mãe Biquita. Galinha ruiva, giraça, de farta melena. Sempre lhe achei um piadão e ao vivo é muito melhor. Estava eu eternecido com a matriarca dos galináceos, começa tudo a olhar-me de esguelha. Era o chibo do Pititão. Para se safar de uma sova do espantalho, sacudiu a água do capote para cima de mim. Aquele senhor, foi aquele senhor, gritava o cobarde. Oh pinto charila, estás a levar uma traulitada não tarda nada. Vem uma pessoa levar com uma hora de cacarejos e ainda apanha com as culpas

Lobby dos queijos

E cá estamos neste grande jogo de futebol e lá vai CTT pelo lado esquerdo do ataque. CTT finta um, finta dois, remata à baliza e é... selo, selo de Portugal!

Foi esta redacção de fino recorte literário que valeu um bilhete para a bancada central do estádio de Colónia. No domingo, um afilhado do Pauleta vai lá estar aos berros com-legendas-por-baixo. Não se compreende. Os correios de Portugal pediam uma frase (?!?!) que conjugasse CTT, selo e futebol. O júri, um grupo de insulares de certezinha, enamorou-se pela composição do jovem estudante açoriano e espezinhou as regras do jogo. As influencias gabrielanas são por demais evidentes. Saiu um relato sem piada nenhuma, mas o miúdo caiu nas graças de cinco carteiros com a quarta classe. Qualquer coisa como "Deixe a TV, vá com os CTT e carimbe um selo no Mundial de futebol" é muito mais engraçada. É concisa, não cansa e dá prestígio à empresa. É minha e da R. Ficámos em segundo e a chuchar no dedo

sexta-feira, junho 9

Fina flor do entulho

Quais Abba, qual carapuça. Dschinghis Khan é que era. O grupo que revolucionou a folk dance. Os cantores que exasperaram os palcos israelitas com as fatiotas mais catitas da história do festival. Foram trucidados pela crítica. No ano de 1979 cometeu-se a maior injustiça do concurso da Eurovisão. Os árbitros caseiros permitiram a revalidação do título a Israel. Gali Hatari e os Milk and Honey ganharam com uma foleirice chamada Hallelujah. Parece que foram precisos 27 anos para se repôr justiça. A Norte da Europa nasceu um novo mito que desforrou os injustiçados bailarinos alemães. Os Lordi, os metaleiros preferidos das crianças finlandesas. Em Portugal, há 27 anos, uma criança chorou. Hoje, adulto, ainda sabe trautear os Dschinghis. Huy (pirueta), hey (salto à rectaguarda) ... dschinghis khaaaan (tcharan)

Sembri una mucca

Há uns dias atrás, há uns 16.800 dias atrás, mais coisa menos coisa, andava a bambolear as voluptuosas formas pela Fonte de Trevi. Falavam de uma dolce vita, mas só se fosse para o Marcello, que se babava que nem um doido atrás desta sueca. A transe da líbido era tanta que lhe dava para arrotar uma ideia em cinco linguas diferentes. Enquanto chapinhava nas águas de Roma, confessava-se perdidinho pela Anita. Tu sei tutto. You are everything. Eu queria ouvir é agora, oh Don Juan

Todo catita!

Têm este aspecto clean, um bocado amaricado. O modelo original tinha, e tem, um discreta borratada verde ali para a zona do tornozelo. Diz a história que foram desenhados por um antigo jogador de tennis. Stan Smith não foi nenhum Pete Sampras, mas dava uns toques. Certo dia, a marca alemã desafiou-o a idealizar o téne perfeito. Saiu isto. A mãezinha devia ganhar a vida a trocar arrastadeiras. Eu tive uns e ainda hoje sinto náuseas.

Conversa de elevador


- Bom dia

- Munhia

- Para cima?

- Cima, sim

(clanque, planque)

...

- Estranho

- Perdão?

- Estranho, este barulho

(clanque, planque, clanque)

- Nunca mais arranjam isto

(clanque)

- Qualquer dia vamos todos por aí abaixo

- É... é sim

(planque, clanque)

- O cheiro

- Como?

- Este cheiro

(clanque)

- Sim, o cheiro

- Cheira a couves

- Cheira a bichos mortos

- Sim, sim, qualquer dia vamos todos por aí abaixo

quinta-feira, junho 8

Pedacinho de religião

Para os detractores calarem a revolta, depois do ensurdecedor protesto. Para os beatos ganharem fôlego. Para os púdicos repousarem as vistas. Para todos os não-me-toques. Para os indefectíveis do 70x7. Para os credos fundamentalistas. Ora petisquem lá uma fatia de retiro para degustarem as vossas preces.

Pra onde é que tás a olhar?!

Ainda hão de conseguir explicar-me, muito bem explicadinho, para que raio servem os decotes. Desculparão a minha teimosia, mas não consigo entender a utilidade daqueles arejamentos. Se estão com calores, arranjem uma ventoínha. O Desmond Morris é que tem razão. As moçoilas estão é todas danadinhas para preservar a espécie. Elas são batons e uma data de tintas na cara. Elas são vestidinhos justinhos. Elas são pares de glandulas que arrebentam qualquer escala moderada. Eu agora já não ligo nada a essas coisas, mas há uns valentes anos atrás tramei-me. A Dona Prazeres arranjou uma estudante para tomar conta dos pequenos na Hora de Estudo. Certo dia, a convencida da universitária sentou-se na mesa, ligeiramente debruçada e com o fecho eclair assim meio desgovernado. Só me lembro de ouvir um zziiiiiiiipp pra cima e um olhar de desdém para as minhas fuças. Corri dali para fora e só voltei a olhar para umas mamocas quando a raposa da Samantha me solicitou encarecidamente Touch me, touch me, i wanna feel your body

Vitinha & friends

Antes de se refastelar no sofá a ver os jogos do Mundial, o Vítor juntou um grupo de amigos do pontapé na bola e desafiou-os a escrever histórias para os mais pequenos. Um gesto bonito que merece o nosso reconhecimento. Eis alguns rabiscos desenrascados no tunel de acesso aos balneários.

Fui à Ásia passear. O Ricky foi fazer xixi e eu fiquei na baliza, Vítor Baía.

Era uma vez uma princesa galega. Ela piscou-me o olho. Eu dei-lhe um anel de diamantes. Ela nunca mais desamparou a loja e viveu feliz para sempre, Cristiano Ronaldo.

Ele não deslargava a bola. Dei-lhe duas caneladas e fiquei com a redondinha, Petit.

Tenho DVD's a cinco euros. Se passarem cá mais tarde, arranjo um par de Levis a dez euros, Quaresma.

quarta-feira, junho 7

Carta de amor

"Um aviso, desde logo: o texto que se segue é embaraçoso para a escritora e penoso para os leitores em geral. Margarida Rebelo Pinto repete-se imoderadamente, copia frases de uns para os outros livros, tem deslizes de ortografia e comete erros gramaticais", o autor dixit.

Oh Jóta Pê, então e os costumes mais tradicionais para dar nas vistas? Um raminho de flores, não? E que tal um cartão de visita perfumado, com o cantinho superior direito dobrado? Olha lá, um jantar parece-me boa ideia. Ela até que está precisada de um bom bife com batatas fritas. És tímido? Oh pá, então vai assim mais devagarinho. Tipo café e copinho de água. Com a tua bagagem, duas larachas e ela fica caídinha. Agora um livro inteirinho? Não será excessivo? Não serão muitas letras? Tu é que sabes. Cá para mim, prefiro-as mais rechonchudinhas.

Fila ou bicha?

Afinal em que é que ficamos? No meu tempo não havia rodriguinhos e era mesmo assim: Chiça, estou rebentado, passei duas horas na bicha. Hoje cai-me tudo em cima. Eh lá... grande tarado, não te chega o mulherio? Pois eu acho precisamente o contrário. Fila é delicodoce. Bicha é pra despachar. Quem diz fila tem cuidados. Os da bicha não andam cá com mariquices. Qualquer dia passamos todos a escrever Francoforte