sexta-feira, setembro 15
Apito furado
Silvia Regina de Oliveira arrisca constituir-se na prova cabal de um suspeito preconceito. Diz-se que o futebol é um exclusivo masculino, mas esta árbitro quis denunciar a grosseira doutrina sectária. Começou a inflitrar-se nas peladinhas lá do bairro da Tijuca. De buço rabiscado com uma rolha chamuscada, disfarçou-se de garoto e experimentou alvejar as redes. A fraca pontaria e a técnica pouco apurada desencorajaram a aventureira. Fruto de um nobre instinto de justiça, tentou depois carreira numa das mais ingratas actividades desportivas. Graças a um fôlego de soprano, foi ganhando estatuto no apito e chegou mesmo a ser condecorada com as insígnias internacionais. Cumprindo literalmente os ensinos do direito penal, a justiça da Silvia cegou para concretizar o sonho de um jovem apanha-bolas. O moleque corrigiu a trajectória de um esférico pontapeado pela equipa da casa e introduziu a redondinha na baliza adversária. O revivalismo dos tempos da Tijuca emergiu das recordações empoeiradas e a implacável juíza validou em golo a brincadeira do rapaz. Apesar do incidente, eu acredito que o futebol também é para mulheres, como tão bem entendeu a Trifene, que veste de laranja as cheerleaders do Estádio da Luz
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3 comentários:
Malandrice... a da implacável juiza!!!
Estou aqui para apoiar o teu testemunho, qual Mafalda (dos livros da BD da Mafalda/Mafaldinha) de cartaz em punho com a palavra APOIO, em letras garrafais... na verdade, verdadinha, na mais pura das verdades.. o FUTEBOL também para Mulheres!!!
Um beijo de miudaaa
errata:
*... o FUTEBOL, também É para Mulheres!!!
Eu fiquei pasmada por achar que isso podia acontecer e pensei. Só no Brasil. Mas estava enganada, segundo o meu sábio progenitor , em Portugal também já se viu. LOLLL, só podia. Num jogo do Porto contra o Sporting. Claro que o meu Sporting foi injustiçado...
Beijo
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