Tenho a firme convicção que os supermercados expressam fielmente a cabala que Deus e os seus acólitos movem contra os infelizes mortais. Falo por mim, constante alvo dos instintos persecutórios do Criador. Lá com arranjinhos de bastidores, arranja-me sempre a fila mais lenta. Inclusive nas caixas expresso, destinadas aos que lá passaram para desenrascar uns guardanapos e meia dúzia de papo-secos. Ainda no outro dia abdiquei de uma caixa de cereais com brindes do Super Homem para não rebentar com a restrição exacta de 10 unidades. Ladeado por quilómetros de filas de carrinhos atolados, desfilei até ao insignificante carreirinho que encaminhava à caixa expresso. Choquei-me de pronto. Na minha dianteira, um par de impostores. Acomodavam no tapete da caixa números além do permitido. Contei-os criteriosamente. Um com 11 e outro com 12 bens de consumo. Não bastasse a vilanagem e o compadrio cúmplice da funcionária, o desequilibrado da minha frente perdeu uns bons 10 minutos a escolher três sacos da resma ao dispor. Sinceramente, não sei o que procurava, mas o zelo da selecção paralisou-me de revolta. Deus divertia-se, por certo, lá por cima com os cromos do Clark Kent, enquanto mordiscava, a seco, uns Chocapic. Que se engasgue
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1 comentário:
Bom, deixa-me dizer-te que não entendo como ninguém antes comentou este post. Está simplesmente genial.
E já viste a mesquinez de sentimentos que nos assombram nessas alturas?
Ficamos possessos com 11 produtos no tapete, um além do permitido. Ohhh, como eu te entendo.
A mim acontece sempre, uma alma não pesar a fruta e recusar-se a fazê-lo pedindo apoio da funcionária.
Fica toda a gente à espera que alguém avie as bananas e tomates da senhora...
Nessas alturas, sinto mesmo um sorriso diabólico da face da dita cuja, como que a provocar-me. De certo Deus fez um pacto com os seper-mercados.
Que se engasgue e não tenha pinga de água para se aliviar...
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