sexta-feira, setembro 8

Valsa de livro

Não tenho tempo para grandes leituras. Ler chateia-me porque há capitulos que nunca mais acabam. Lembro-me de há uns tempos ter cedido à onda do Código de Da Vinci e ter espreitado a prosa do Dan Brown. Confesso que me cansei à décima página e nunca mais lhe toquei. Mesmo assim, consigo reunir alguns livros que se imortalizaram na minha vivência pouco letrada. Lembro-me do primeiro de todos, Gente Marcada, do Manuel Arouca. Bem melhor que o famoso diário de Christiane F, os Filhos da Droga, que larguei a meio. Delirei com o Coca Cola Killer, do mestre-maestro António Vitorino de Ameida. Experimentei o Como Água para Chocolate e... pronto, admito que gostei. Aprecio aquela escrita fluída e utópica, num mundo de metáforas e fantasiado até ao tutano. Contrariando um pouco o cepticismo sobre blockbusters literários, adorei o Perfume e a concepção homicida dos aromas. Aprendi muito com o Pequeno Tratado das Perversões Morais, que confirma quase cientificamente o nosso potencial de reais bestas. Numa forma mais sociológica-cómica, estive Entre os Vândalos, o hilariante documento de um professor norte-americano infiltrado nas claques inglesas. Uma das minhas últimas grandíssimas descobertas deve-se a um jornalista que rabisca umas ficçõeszinhas nas (poucas) horas vagas. José Prata criou um inspector da Judiciária bipolar, que exorciza uma relação incestuosa com a mãe em prostitutas anafadas. Os Coxos Dançam Sozinhos, um policial de rir às lágrimas, indicado para quem se farta de andar perdido em hiper-capítulos de mega-histórias redundantes

1 comentário:

Woman disse...

Mas será que só eu detestei o perfume?
Desiludiu-me tanto... As críticas estavam tão a favor, e os resumos tão apelativos e depois o livro foi uma palhaçada. Nada de surpreendente, apenas agoniante...
Minha opinião, claro. ;)

Beijo