terça-feira, novembro 14

Um tolo segundo isto

Levantado do chão, Ricardo Reis formalizou o ano da sua morte junto do evangelho subscrito por Cristo. Sentia-se um homem duplicado, a monte numa jangada de pedra. A cegueira ensaiada em menino, desafiava a lucidez ao velho pai, que lhe chamou todos os nomes. Encarcerado nas memórias do convento, assustava-se com a história do cerco de Lisboa. Refugiou-se na caverna, vacilando nas intermitências da morte. A definhar, clamou em surdina: Estar vivo é estar. Estar morto é já não estar!

1 comentário:

Anónimo disse...

Simplesmente, muito bom!