segunda-feira, novembro 20

Cós Laureta

Vai desculpar-me este meu amigo o plágio descarado do look à la cromo, mas o Laureta da farfalhuda caracoleta, cujo pindérico registo fui sacar daqui, fez parte da minha vida. Foi jogador mediano e nunca granjeou categoria suficiente para vestir a camisola do Glorioso. Arrastou-se por clubes regionais como o FC Porto, Sporting de Braga ou Vitória de Guimarães e encerrou a carreira quase sem ninguem dar pela reforma. Hoje, o Laureta renasceu inadvertidamente do jazigo da minha indiferença. Tudo começou há uns bons anos atrás. Um colega atiçava-me a cobiça exibindo, com desmesurado orgulho, um fato de treino comercializado, a preço de amigo, por um ex-jogador. Sim, esse mesmo, o Laureta. Prostrado de joelhos e simulando um quasi desfalecimento, pedinchei a esse meu work partner que intercedesse junto do antigo craque. Anuiu e dias depois envergava um felpudo training suit da Adidas, tal qual um outro que hoje vi a agasalhar uma cinquentenária. Ou, há dez anos, tinha dotes de visionário e antecipava a longevidade do cós no tornozelo, tal qual o calçonito no Tintin, ou, em meados da década de 90, padecia de um refinado, e preocupante, mau gosto

1 comentário:

Pedro F. Ferreira disse...

Brilhante!!
O post, obviamente. ;)