Hoje ia assassinando uma velha. Por duas vezes, a septuagenária esteve à beirinha de quinar-se. Manhãzinha cedo. Labiríntica Moscavide. Deixar a miuda na avó e ala para o emprego. Quando embico para a segunda rua, uma idosa, em passo de bebé, espairece lentamente no meio da estrada. A minha viatura dirige-se a velozes 20 km/h rumo ao brutal esmagamento da senhora. Apito! A velha ganha fogo no traseiro e pula. Ruborece e dirige-se educadamente à minha janela:
- Ai filho, cuidado que sofro do coração.
- Cuidado tenha a senhora e meta-se no passeio.
Sigo. Uns 50 metros à frente, páro no sinal vermelho. Pelo retrovisor, a teimosa da senhora continua a passear-se na estrada. Mas agora parece a velhinha do anúncio do Obikwelu. Perna direita, bengala, perna esquerda, bengala quase se atropelam na pedalada. Pronto, pensei eu, vem aqui tirar de esforço e rachar-me a cabeça. O sinal verde não caia e a velha cada vez mais próximo. De semáforo ainda vermelho, a velha abeira-se de novo da minha janela. A deitar os bofes de fora, a campeã balbuceia qualquer coisa como: Vê... ainda o apanhei! Ponderei abrir a porta e esmaga-la contra o carro estacionado, mas entretanto caiu o verde
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2 comentários:
Ai o raio da velha... Cuidado, muito cuidado, podem morder. Se calhar a essa hora nem se devia parar mais no sinal vermelho, não vá ela aparecer de novo, bolas...
tenham muito, muito medo!
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